A China acusou, esta terça-feira, Mike Pompeo de se intrometer na política interna chinesa, depois de o secretário de Estado norte-americano ter recordado o 30.º aniversário desde a sangrenta repressão do movimento pró-democracia de Tiananmen.
Um porta-voz chinês afirmou, num comunicado difundido 'online' pela embaixada chinesa em Washington, que a declaração de Pompeo "interfere grosseiramente" nos assuntos internos da China e é "uma afronta ao povo chinês e uma grave violação do direito internacional".
Pompeo recordou os "heróis do povo chinês que se levantaram corajosamente há 30 anos na Praça Tiananmen" para exigir reformas políticas, e pediu a Pequim que publique um balanço dos mortos e dos desaparecidos.
O secretário de Estado afirmou que, "nas décadas que se seguiram, os EUA esperavam que a integração da China na comunidade internacional levasse a uma sociedade mais aberta e tolerante".
Essas esperanças desapareceram", frisou.
"O Estado chinês de um partido único não tolera qualquer dissidência e viola os direitos humanos sempre que é do seu interesse", apontou.
Iniciado por estudantes da Universidade de Pequim, o movimento pró-democracia da Praça Tiananmen acabou quando os tanques do exército foram enviados para pôr fim a sete semanas de protestos.
O número exato de pessoas mortas continua a ser segredo de Estado, mas as "Mães de Tiananmen", associação não-governamental constituída por mulheres que perderam os filhos naquela altura, já identificaram mais de 200.
As autoridades chinesas defendem que a ação do Governo foi necessária para abrir caminho ao crescimento económico, e que se o Exército não interviesse, "a China mergulharia no caos", como aconteceu em outros países socialistas.