Os organizadores dos protestos pró-democracia no Sudão afirmaram, esta quarta-feira, que o número de mortos em todo o país desde a repressão violenta do seu protesto em Cartum no início desta semana aumentou para 60.
O anterior balanço apontava para 40 mortos.
O Conselho dos Médicos do Sudão adiantou que as forças de segurança mataram hoje pelo menos dez pessoas na capital, Cartum, e na cidade de Omdurman.
Outras dez pessoas perderam a vida na terça-feira, incluindo cinco no estado de White Nile, três em Omdurman e duas no bairro de Bahri, em Cartum.
O Conselho dos Médicos do Sudão é o braço médico da Associação de Profissionais do Sudão, que tem liderado os protestos contra os militares que estão no poder e que iniciaram uma ação militar sobre manifestantes que estavam acampados junto ao quartel-general do Exército a exigir a transferência de poder para uma autoridade civil.
As forças armadas que governam o Sudão desde 11 de abril anunciaram o cancelamento do acordo que havia sido alcançado com os manifestantes e prometeram convocar eleições no prazo de nove meses.
Os manifestantes estavam acampados desde o início de abril, primeiro para exigir a saída de Omar al-Bashir da presidência e depois que os generais entregassem o poder a um Governo civil.