Mais de 250 escravos libertados de centro de detenção ilegal na Nigéria - TVI

Mais de 250 escravos libertados de centro de detenção ilegal na Nigéria

  • AM
  • 5 nov 2019, 10:54
Escravidão (arquivo)

No centro em Ibadan encontravam-se 34 mulheres, 191 homens, 11 crianças e “23 doentes que supostamente foram presos e acorrentados entre dois e dez anos”

Um total de 259 pessoas escravizadas foram libertadas na segunda-feira de um centro de detenção ilegal localizado numa mesquita em Ibadan, no sudoeste da Nigéria, anunciou a polícia nigeriana.

Os prisioneiros foram libertados na segunda-feira quando a polícia do estado de Oyo, do qual Ibadan é capital, invadiu uma mesquita no bairro de Ojoo.

O comissário da polícia, Shina Olukolu, citado pela imprensa local, especificou que no centro se encontravam 34 mulheres, 191 homens, 11 crianças e “23 doentes que supostamente foram presos e acorrentados entre dois e dez anos”.

As forças de segurança foram alertadas por um jovem de 17 anos que tinha conseguido escapar de um lugar semelhante em Ibadan.

“O jovem disse que as vítimas eram maltratadas e mal alimentadas, eram tratadas como escravas e faziam trabalho forçado”, explicou Olukolu aos jornalistas.

As mortes, segundo o comissário, não eram comunicadas a ninguém.

“Quando a polícia chegou ao local, descobrimos homens e mulheres jovens mantidos em cativeiro numa espécie de masmorra”, acrescentou o representante.

Nove pessoas relacionadas com o caso foram detidas, incluindo o dono do centro.

Não é a primeira vez que são descobertos centros como este, maioritariamente muçulmanos, que alegam ser correcionais e que estão, habitualmente, localizados no norte do país.

Os jovens são enviados para os centros pelos seus pais para que lhes sejam modificados comportamentos ou abandonem hábitos prejudiciais como o consumo de drogas.

Desde o primeiro centro descoberto no fim de setembro e localizado no estado de Kaduna, no norte do país, foram libertadas cerca de 300 vítimas encontradas com correntes nos tornozelos e submetidas a abusos e torturas.

O Governo nigeriano prometeu investigar estas práticas, afirmando que “nenhum Governo democrático responsável toleraria a existência de câmaras de tortura e abusos físicos de doentes como forma de reabilitação”.

Em Kaduna foram libertados outros 147 prisioneiros, no dia 19 de outubro, noutra escola religiosa, onde eram mantidos acorrentados e eram maltratados.

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