O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, afirmou que há indícios de que as autoridades sírias estão neste momento envolvidas em ataques com cloro na Síria.
"Todas as informações (…) indicam-nos hoje que existe o uso de cloro pelo regime, neste momento, na Síria", disse o governante ao canal BFMTV e à rádio RMC.
Esta quarta-feira ONU abriu um inquérito sobre alegados ataques químicos do regime sírio contra localidades controladas por rebeldes.
“A Comissão [Internacional de Inquérito sobre a Síria mandatada pelas Nações Unidas] recebeu várias informações – que estão a ser investigadas – segundo as quais bombas aparentemente contendo cloro teriam sido utilizadas na cidade de Saraqueb, na província de Idleb, e em Douma, na Ghouta oriental”, indicou num comunicado.
Na segunda-feira, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, disse dispor “de provas de dezenas de vítimas” confirmando a utilização de cloro em ataques do regime de Bashar al-Assad.
A Comissão de Inquérito Internacional, presidida pelo brasileiro Paulo Pinheiro, concluiu o ano passado que Damasco foi responsável pelo ataque com gás sarin a 4 de abril de 2017, que causou mais de 80 mortos.
Desde o início da guerra na Síria em 2011, o regime de Assad foi acusado diversas vezes pela ONU de ter recorrido ao gás de cloro ou ao gás sarin em ataques químicos.
Em janeiro, o regime sírio desmentiu o recurso a armas químicas, posição reafirmada na segunda-feira pelo seu representante na ONU.
No comunicado, Paulo Pinheiro expressou uma profunda preocupação pela escalada de violência em Idleb e na Ghouta oriental, que matou dezenas de pessoas e atingiu pelo menos três hospitais nos últimos dias.
Pinheiro considerou o cerco do regime a Ghouta oriental, um feudo dos rebeldes próximo de Damasco sitiado desde 2013, e os bombardeamentos indiscriminados como “crimes internacionais”.
A guerra da Síria já causou mais de 340.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.