A Argentina e o Brasil estão a negociar a criação de uma moeda única e de um banco central supranacional que conduza a política monetária comum, disseram na quinta-feira fontes oficiais argentinas.
É algo a muito longo prazo. A moeda comum pode ser um projeto a longo prazo, mas requer convergência macroeconómica prévia", explicaram à agência de notícias espanhola EFE fontes oficiais argentinas.
As mesmas fontes indicaram que os ministros das Finanças do Brasil e da Argentina vão retomar a questão na próxima cimeira do G20, em Osaka, no Japão, este mês.
Poucos detalhes foram divulgados sobre este projeto "a longo prazo", conhecido no mesmo dia em que o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, realizou na quinta-feira primeira visita de Estado à Argentina desde que chegou ao poder, em janeiro.
De acordo com a imprensa argentina, a criação de uma nova moeda, o "peso real", e de um banco central supranacional terá sido discutida num encontro entre Bolsonaro e o homólogo argentino, Mauricio Macri, depois de já ter sido abordada pelos respetivos ministros das Finanças.
Desde a criação do Mercosul [Mercado Comum do Sul], os países mencionam a possibilidade da criação de uma moeda comum, mas ainda não avançaram com nenhuma proposta. O Mercosul integra Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Tanto o peso argentino, que desvalorizou mais de 50% no último ano, como o real brasileiro, moedas de dois mercados emergentes, sofrem regularmente com as flutuações da economia internacional.