Nobel da Literatura para Mario Vargas Llosa - TVI

Nobel da Literatura para Mario Vargas Llosa

Mario Vargas Llosa

Peruano foi jornalista e político. Recebe a mais alta distinção das letras

O escritor peruano Mario Vargas Llosa é o novo prémio Nobel da Literatura. O anúncio foi feito ao início da tarde desta quinta-feira pela Academia Sueca das Letras, justificando a escolha «pela sua cartografia das estruturas de poder e de imagens mordazes da resistência do indivíduo, de revolta e derrota».

O mundo hispânico não vencia um Nobel da Literatura desde 1990, quando o galardão foi atribuído ao mexicano Octavio Paz. O último com nacionalidade espanhola foi Camilo José Cela, em 1989. Também Gabriel García Marquez venceu, em 1982. Curiosamente, Llosa e Márquez foram grandes amigos, mas zangaram-se em 1976, após um desentendimento num cinema no México.

Vida conturbada

Nascido a 28 de Março de 1936 na cidade de Arequipa, no Perú, cedo se mudou para Lima, onde estudou Letras e Direito na Universidad Nacional Mayor de San Marcos. Ao mesmo tempo que estudava, teve sete empregos diferentes, desde jornalista na Radio Central a funcionário no cemitério.

Em 1959 parte para Espanha para doutorar-se em Filosofia e Letras na Universidade Complutense de Madrid. De seguida muda-se para Paris, onde foi professor de espanhol, locutor da rádio ORTF e jornalista na France Presse.

A sua vocação literária rapidamente ganhou asas e consegue publicar os primeiros contos ainda durante o ano de 1959 (Os chefes), que alcança o prémio Leopoldo Arias.

Em 64 regressa ao Perú e em 65 visita Cuba, mas afasta-se da revolução em 1971, após o caso Padilla. Em 65 casa-se pela segunda vez (depois de uma primeira ligação com uma tia), com Patricia Llosa., com quem tem três filhos (Álvaro, Gonzalo e Morgana). Depois de trabalhar como tradutor para a UNESCO na Grécia, juntamente com Julio Cortázar, passa por Paris, Londres e Barcelona.

Em 1981 passa a ter um programa televisivo no Perú denominado «A Torre de Babel» e em 87 entra na política pelo Movimento da Liberdade, oponde-se à nacionalização da banca. Três anos depois é candidato à presidência da República pela Frente Democrática-FREDEMO contra Alberto Fujimori, mas perde e regressa a Londres, onde retoma a actividade literária.

Os livros como prioridade

Em Março de 1993 obtém a nacionalidade espanhola, mas não renuncia à peruana. Actualmente é colunista habitual do jornal «El País», com a coluna dominical «Pedra de Toque».

As suas obras estão traduzidas em francês, italiano, português, catalão, inglês, alemão, holandês, polaco, romeno, húngaro, búlgaro, checo, russo, lituano, estónio, eslovaco, ucraniano, esloveno, croata, sueco, norueguês, dinamarquês, finlandês, islandês, grego, hebreu, turco, árabe, japonês, chinês, coreano, malaio e cingalês.

Ao longo da carreira, Mario Vargas Llosa recebeu vários prémios, como o Cervantes, (1994) ou Príncipe das Astúrias de Letras (1986), entre outros.

Em Portugal tem várias obras editas, como «A Festa do Chibo» ou «A Guerra do Fim do Mundo». Está prestes a lançar em Espanha (a 3 de Novembro) mais uma obra, «O sonho do Celta», com publicação da Alfaguara. Há poucos dias o «El País» divulgou as primeiras nove páginas, que pode ler aqui em espanhol.
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