Eleições nos EUA representam luta entre forças "da abertura" e "do nacionalismo" - TVI

Eleições nos EUA representam luta entre forças "da abertura" e "do nacionalismo"

Durão Barroso

Durão Barroso considera que o "resultado das eleições norte-americanas será extremamente importante para todos aqueles que querem uma sociedade aberta e uma economia aberta"

O ex-presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso considerou esta segunda-feira que as eleições norte-americanas, na terça-feira, representam uma luta entre "as forças da abertura" e as forças do "nacionalismo, protecionismo e do chauvinismo".

Estamos agora numa luta existencial, a nível global, entre as forças da abertura e as forças do nacionalismo, do proteccionismo, do chauvinismo. É o que vemos nas eleições norte-americanas. O resultado das eleições norte-americanas será extremamente importante para todos aqueles que querem uma sociedade aberta e uma economia aberta", disse o político português numa intervenção na abertura da Web Summit, em Lisboa.

Durão Barroso, que foi aplaudido mas também apupado ao ser anunciado pelo moderador, reiterou a ideia de que a Europa tem mostrado a sua resiliência ao longo dos últimos anos, entre crises várias.

Nestes 10 anos em que estive à frente da União Europeia tivemos muitas crises, mas no final a União Europeia conseguiu mostrar a sua resiliência. Ouvi muita gente a prever o declínio do euro, a implosão do euro, a Grécia a sair do euro. Mas a Grécia ainda está connosco no euro", contrapôs.

O antigo chefe do executivo comunitário realçou que acredita que "a Europa está mais forte", e enumerou os principais problemas que a União Europeia enfrenta nestes momentos.

É verdade que temos novos desafios, e um dos mais importantes será as consequências do Brexit. O facto de o povo britânico ter votado para sair da UE é certamente muito má notícia para a Europa e para a percepção da Europa no Mundo. Também temos o problema das migrações ilegais e dos refugiados que está a dar um impulso às forças nacionalistas, por vezes forças xenófobas, às forças protecionistas", disse Durão Barroso.

O antigo primeiro-ministro português acrescentou que tal "não é apenas um problema da Europa" e que um pouco por todo o mundo os cidadãos se manifestam contra a "globalização, por exemplo contra o Comércio".

Do voto na Valónia (Bélgica) a bloquear um acordo de comércio da UE com o Canadá até às posições dos candidatos nas eleições norte-americanas contra o comércio na região do Pacífico. Estamos a ver um backlash contra a globalização", sustentou.

Por último, Durão Barroso disse que "a Europa tem um grande potencial" no que diz respeito à economia digital.

Os Estados Unidos estão acima de nós. Mas se virmos o financiamento da economia digital, da tecnologia, vemos que a Europa está a crescer exponencialmente. E enquanto os americanos atingiram um pico, a Europa ainda está a crescer", disse o antigo presidente da Comissão Europeia.

"Há uma revolução silenciosa na Europa, entre os jovens", pelo que a "Europa tem uma palavra muito forte a dizer", salientou Durão Barroso.

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