As autoridades da Tailândia terminaram, esta segunda-feira, com mais quatro salvamentos, a segunda fase da operação de resgate das crianças e do treinador que se encontram ainda aprisionados numa gruta em Mae Sai, na província de Chiang Rai, no norte da Tailândia.
Com o cair da noite no país, a evacuação da gruta foi dada como terminada. As operações de resgate de hoje foram dadas por concluídas, cerca das 20.00 locais (14:00 em Portugal continental).
No total, oito crianças encontram-se agora a salvo: quatro menores foram retirados esta segunda-feira, que somam aos quatro resgatados no domingo. Na gruta, permanecem encurraladas quatro crianças e o treinador, de 25 anos.
A segunda fase da operação de resgate foi retomada esta segunda-feira de manhã. [Veja aqui o AO MINUTO]
A operação começou às 11:00. Todo o equipamento está pronto. As garrafas de oxigénio estão prontas... nas próximas horas teremos boas notícias", disse à Reuters Narongsak Osottanakorn, o chefe da missão de resgate, quando recomeçou a cair a chuva com intensidade.
E as boas notícias não tardaram. Cinco horas depois do início das operações, às 10:23 (hora de Lisboa) saía da gruta a primeira criança, enquanto era noticiado que três outras crianças se encontravam na câmara 3, o local onde se encontra o posto de comando dentro da gruta.
Passava pouco das 12:00 (18:00 hora local) quando surgiram as primeiras informações do que o sexto rapaz já terá sido resgatado. Minutos após a saída da sexta criança, às 12:30 (18:30 locais) sabia-se que um sétimo rapaz tinha sido retirado e pouco depois, às 12:59 (18:59 locais) era anunciado que uma oitava pessoa tinha sido retirada de maca da caverna.
Depois de se terem recusado a prestar declarações aos jornalistas, as autoridades tailandesas acabariam por confirmar que foram retirados mais quatro rapazes da gruta na Tailândia, após terem sido suspensas as operações de resgate do grupo.
Horas mais tarde, o chefe da missão de resgate falou aos jornalistas em conferência onde garantiu que a saúde dos cinco rapazes (4 crianças e o treinador) presos dentro da gruta "ainda é boa" e que o resgate desta segunda-feira decorreu de forma suave.
"Ajudámos mais quatro crianças hoje", afirmou Narongsak Osottanakorn acrescentando que as operações de resgate demoraram menos duas horas do que no dia anterior.
Para o chefe das operações, isso deveu-se ao facto de ter sido a mesma equipa de mergulhadores a executar a missão, já ciente das condições da gruta e com melhor conhecimento do caminho e dos procedimentos a executar. No entanto, o resgate dos que faltam pode demorar a acontecer.
"Peço mais três dias e toda a equipa estará cá fora. [A próxima fase] Vai depender de todas as condições. Novamente, temos de preparar o equipamento e isso vai levar mais 20 horas. Não vos podemos dar a hora exata [para a próxima operação].
Depois de, no domingo, terem sido resgatados quatro dos 12 menores, pouco ainda se sabe sobre eles, nem mesmo os nomes. O chefe da missão afirmou que as identidades das crianças que já foram resgatadas ainda não foi divulgada "por respeito às famílias cujo os filhos continuam presos na gruta". No entanto, os pais já puderam ver os filhos, através do vidro.
"Eles vão estar afastados dos pais durante algum tempo porque estamos preocupados com as infeções", revelou Narongsak Osottanakorn, chefe da missão de resgate, acrescentando que as visitas só foram autorizadas à família e que os rapazes vão ser "mantidos à distância" e serão vistos "através do vidro".
Osottanakorn disse ainda que "os rapazes [libertados no domingo] estão muito bem."
"Se me perguntarem se eles comeram Kow Pad Krapow - não. Não comeram isso, mas podem comer alimentos diluídos, como papas de aveia", disse ainda aos jornalistas.
Especialista australiano entre mergulhadores envolvidos no resgate
O especialista australiano Richard Harris, que combina décadas de experiência médica com uma longa história de mergulhos complexos, incluindo em cavernas, é um dos 50 mergulhadores internacionais envolvidos no resgate.
De acordo com meios de comunicação social australianos, Richard 'Harry' Harris é um anestesiologia com grande experiência em mergulho e uma "disposição meticulosa" que, segundo os colegas, é essencial para a operação. Atualmente, lidera a equipa de busca e salvamento de emergência 'MedSTAR' do Serviço de Ambulâncias do Sul da Austrália.
A operação requer "muita atenção ao detalhe", e, por isso, a "experiência médica é um bónus importante", observou o ex-patrão de Harris, Bill Griggs, em declarações à imprensa australiana.
Com extensa formação académica e experiência profissional, Harris já realizou "mergulhos complexos" em vários países, incluindo muitos em cavernas, acrescentou. Agora, 'Harry' faz parte do grupo de 90 mergulhadores, 50 estrangeiros e 40 tailandeseses que tenta saltar os rapazes.
Além disso, integrou a equipa enviada para Bali depois dos atentados terroristas, em 2002, que causaram 202 mortos.