Haiti: 5 anos depois do trágico terramoto - TVI

Haiti: 5 anos depois do trágico terramoto

País atingido por um abalo de 7.0 na escala de Richter em janeiro de 2010 ainda não conseguiu levantar-se

A 12 de Janeiro de 2010, a terra tremeu no Haiti, fazendo tombar um país que lutava por se erguer de uma economia deficitária, com uma população pobre e uma constante instabilidade política. A 12 de Janeiro de 2015 propomos-lhe uma breve viagem em imagens pelo Haiti, o país e a sua gente,

A12 de janeiro de 2010, um terramoto de magnitude 7.0 na escala de Richter abalou o Haiti. Epicentro foi perto de Port-au-Prince, a capital. 3 500 000 pessoas foram afetadas com o terramoto.  
                                                    (Clique na foto para ver as imagens)
 

O terramoto que abalou o Haiti teve uma magnitude 7.0 na escala de Richter e atingiu fortemente Port-au-Prince, a capital. Três milhões e meio de pessoas foram afetadas pelo terramoto.


O Disasters Emergency Comittee (DEC) refere que morreram, pelo menos, 220 mil pessoas.  Outros órgãos estimam que o número de mortos foi superior: 230 a 300 mil. 

 
Trezentas mil pessoas ficaram feridas.


Mais de 293 mil casas foram afetadas pelo terramoto, 105 mil totalmente destruídas.  Um milhão e meio de pessoas ficaram sem casa na sequência do terramoto. 


O terramoto deixou 19 milhões de metros cúbicos de lama e detritos, o equivalente a formar uma linha de contentores entre Londres e Beirute, compara o DEC. 


​ 
A vida já era muito difícil antes do abalo: 86% da população vivia na miséria em Port-au-Prince, em bairros de lata.


O terramoto destruiu ou danificou quatro mil escolas. A educação estava nas mãos de privados: 80% das escolas existentes eram privadas. A ajuda internacional tenta contrariar esta realidade.

Também 60% dos edifícios públicos ficaram destruídos ou danificados, 16 mil funcionários públicos morreram. No setor privado, 25% dos trabalhadores morreram.


O Haiti já se batia com um surto de cólera desde Outubro de 2010. O terramoto veio agravar a epidemia. Passados pouco mais de seis meses do tremor de terra, já tinham morrido seis mil pessoas e havia 216 mil infetados. As organizações internacionais têm feito um esforço para controlar a doença.


Antes do sismo, metade dos habitantes de Port-au-Prince não tinha acesso a saneamento público e só um terço usufruía de água potável. Afinal, o futuro ainda podia ser pior.


Que esperança para o Haiti, um território que antes do terramoto já ficava na cauda do ranking dos países no que toca às condições de vida. Era o 145º em 169 países.


Numa nação com dez milhões de habitantes, 15% da população é órfã ou abandonada. Uma realidade dramática antes do terramoto, em que havia 380 mil órfãos no Haiti. Um número que duplicou após janeiro de 2010, de acordo com o Haiti Orphan Project.

Muitas destas crianças têm sido adotadas por estrangeiros, dos Estados Unidos à Europa. Contudo, este processo nem sempre foi transparente. Um mês depois do sismo, vários missionários americanos foram detidos por raptarem crianças. 

O Haiti ergue-se dos escombros


   
A comunidade internacional uniu-se. Os olhos do mundo postos no Haiti. Os governantes das maiores economias a velar por aquele país sem nada para dar em troca. Receberam milhões e milhões de dólares e milhares de voluntários. Dos capacetes azuis das Nações Unidas às organizações não governamentais no terreno, que limparam o lixo e têm vindo a erguer casas. Nem Hollywood escapou à onda de solidariedade, como Sean Penn, que criou uma associação focada na reabilitação do Haiti. Mas, há muitas vozes que se levantam com críticas à forma como tem sido investido o dinheiro. Vijaya Ramachandran, do Center for Global Development diz que «seria importante saber onde é que todo o dinheiro foi gasto».


Afinal, cinco anos depois, milhares de pessoas ainda vivem nas «cidades de tendas».


Um país ferido no seu povo e nos seus símbolos. Vários monumentos não resistiram ao terramoto, a começar pelo palácio presidencial. (Clique na foto para ver mais imagens do palácio e de monumentos destruídos)

O desmoronamento do palácio parece simbólico da instabilidade política que se vive naquele república. A fome, de que sofre o povo da antiga colónia francesa está a degenerar em violência nas ruas, como numa manifestação, no último sábado, que terminou em confrontos com a polícia. Depois do primeiro-ministro Laurent Lamothe se ter demitido do cargo em meados de dezembro, os manifestantes exigem agora que Michel Martelly lhe siga o exemplo e abandone a presidência. A oposição acusa-o de corrupção e de apenas zelar pelos seus interesses e da sua família. 



Política, social e economicamente, cinco anos depois, o Haiti ainda não se levantou. 
Continue a ler esta notícia