Investigadores norte-americanos estabeleceram pela primeira vez com certeza que o vírus Zika pode provocar microcefalia no feto, revela um estudo publicado na quarta-feira e que confirma o que se suspeitava.
Agora fica claro que o vírus do Zika causa microcefalia", declarou Tom Frieden, diretor dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês), em conferência de imprensa na quarta-feira.
Considerou tratar-se de uma relação "sem precedentes" entre uma doença transmitida por uma picada de mosquito e defeitos congénitos graves.
Este estudo marca um ponto de viragem na epidemia. Agora é claro que o vírus zika causa microcefalia. Lançámos mais estudos para determinar se as crianças com microcefalia cujas mães foram infetadas com o vírus zika são apenas a ponta de um iceberg de uma série de outros danos ao cérebro e problemas de desenvolvimento", acrescentou Frieden.
Segundo o relatório semanal sobre a situação da epidemia de Zika, divulgado a 8 de abril, entre 22 de outubro do ano passado e 02 de abril deste ano, o Brasil registou 6.906 casos suspeitos de microcefalia ou malformações do sistema nervoso central, o que contrasta com o período entre 2001 e 2014, durante o qual se registava uma média anual de 163 casos.
Dos 6.906 casos, 2.860 foram investigados e em 1.046 há de facto microcefalia com indícios de infeção congénita.
O relatório da OMS sublinha que, "com base num crescente número de investigações preliminares, existe consenso científico de que o vírus do Zika é uma causa de microcefalia e de síndroma de Guillain-Barré".