Papéis do Panamá: buscas na Mossack Fonseca terminam sem provas “contundentes” - TVI

Papéis do Panamá: buscas na Mossack Fonseca terminam sem provas “contundentes”

Mossack Fonseca

Autoridades panamianas descartaram medidas cautelares ou a apreensão de bens após a diligência focada na recolha de informação para ser analisada pelo Ministério Público

As autoridades panamianas finalizaram esta quarta-feira as buscas aos escritórios da empresa Mossack Fonseca sem terem encontrado provas “contundentes” de delitos relacionados com o escândalo dos chamados “Papéis do Panamá”.

Não temos elementos contundentes que nos permitam tomar qualquer tipo de decisão (…). A maioria dos arquivos da empresa são virtuais, quase não têm arquivos físicos”, explicou o procurador Javier Caraballo aos jornalistas.

Caraballo descartou medidas cautelares ou a apreensão de bens após a diligência focada na recolha de informação para ser analisada pelo Ministério Público.

As buscas tiveram início na terça-feira. A polícia, com uma unidade de combate ao crime organizado, levou a cabo a rusga à sede da Mossack Fonseca “sem qualquer incidente ou interferência”, indicou a Procuradoria em comunicado, adiantado que operações semelhantes estavam em curso em filiais da empresa.

O objetivo passava por “obter documentação relacionada com as informações publicadas nos artigos noticiosos que estabelecem a eventual utilização da empresa em atividades ilícitas”.

Os Papéis do Panamá são o resultado da maior investigação jornalística da história, divulgada na noite de domingo, envolvendo o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em Washington, e do qual a TVI faz parte.

Na investigação são destacados os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais. Entre os portugueses, figuram 240 nomes.

A investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com informações sobre mais de 214 mil empresas offshore em mais de 200 países e territórios.

A partir dos Papéis do Panamá (Panama Papers, em inglês) como já são conhecidos, a investigação refere que milhares de empresas foram criadas em paraísos fiscais para centenas de pessoas administrarem o seu património, entre eles o rei da Arábia Saudita, elementos próximos do Presidente russo Vladimir Putin, o presidente da UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.

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