Trump bombardeia Síria com ajuda de Londres e Paris - TVI

Trump bombardeia Síria com ajuda de Londres e Paris

Donald Trump anunciou início de bombardeamentos em coligação com Reino Unido e França. May e Macron confirmaram ofensiva. Explosões foram ouvidas na capital síria. Televisão síria diz que 13 mísseis foram abatidos perto de Damasco

Autoridades militares norte-americanas deram já como terminado o raide levado a cabo contra instalações sírias, que sustentam produzir armamento químico, e anunciaram que a ofensiva, para já, está terminada. A Rússia já reagiu considerando que este foi um "ato de agressão contra um estado soberano" e pediu uma reunião de emergência ao Conselho de Segurança da ONU. 

Numa comunicação iniciada cerca das 3:00 da madrugada de sábado em Lisboa, uma hora após o presidente norte-americano ter anunciado a ofensiva, o Pentagono revelou que três alvos foram atingidos:

  • Um centro de pesquisa científica em Damasco, supostamente ligado à produção de armas químicas e biológicas;
  • Uma instalação de armazenamento de armas químicas a oeste de Homs;
  • Um armazem supostamente de equipamentos e um importante posto de comando, também perto de Homs.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, comunicou não haver relatos de baixas na ofensiva.

Neste momento, esta foi uma operação única e acredito que deixou uma mensagem muito forte", disse Mattis, acrescentando que a primeira ofensiva terminou.

Na comunicação à imprensa, conjunta com o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Joseph Dunford, foi adiantado que a Rússia não foi avisada da ofensiva, que, segundo Donald Trump, seria de "ataques precisos" contra instalações supostamente de fabricação e armazenamento de material quimico.

Joseph Dunford afirmou que a coligação norte-americana, britãnica e francesa tudo fez para minimizar a hipótese de causar baixas entre as forças russas presentes na Síria.

Além do disparo de mísseis Tomahawk - numa quantidade duas vezes superior aos 59 usados no ataque no ano passado, segundo o secretário Mattis - quatro aviões britânicos Tornado GR4 alvejaram instalações perto da cidade de Homs.

Também aviões franceses participaram nos raides, tendo a presidência francesa divulgado imagens da descolagem.

Resposta de Damasco

A ofensiva contra alvos na Síria foi levada a cabo por uma tripla aliança entre Estados Unidos, Reino Unido e França.

O exército russo afirmou  que a defesa antiaérea síria conseguiu intercetar 71 dos 103 mísseis de cruzeiro lançados contra instalações do regime de Damasco pelos Estados Unidos e aliados.

Isto testemunha a grande eficácia destes sistemas [antiaéreos] e a excelente formação do pessoal militar sírio formado pelos nossos especialistas", declarou o general russo Serguei Rudskoi, em conferência de imprensa.

O general Rudskoi confirmou que os bombardeamentos dos Estados Unidos e aliados não causaram "qualquer vítima" civil ou militar.

"De acordo com informações preliminares, não se registou qualquer vítima entre a população civil ou entre as forças armadas sírias", declarou.

De acordo com as forças armadas russas, um total de 103 mísseis de cruzeiro foram disparados pelos Estados Unidos, França e Reino Unido, incluindo mísseis Tomahawk, e 71 foram intercetados pela defesa antiaérea síria, equipada com sistemas de conceção soviética.

Através dos canais na internet surgiram vídeos que mostram aparentemente as defesas anti-aéreas sirias a ripostarem aos ataques.

Trump anunciou

O anúncio da ofensiva foi feito pelo presidente norte-americano Donald Trump na noite de sexta-feira, em Washington (às 2:00 da madrugada de sábado, em Lisboa).

Trump revelou que os ataques aéreos seriam precisos e localizados contra instalações que os norte-americanos consideravam sustentar a produção de armamento quimico da Síria.

Os raides surgiram como resposta ao alegado ataque químico da semana passada em Douma, cidade síria que deverá receber este sábado peritos independentes, a fim de investigarem a situação.

Uma operação combinada com as forças armadas da França e do Reino Unido está em curso", afirmou Trump falando aos norte-americanos.

Momentos depois de Trump, foi a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, a confirmar o envolvimento britânico, através de uma nota do seu gabinete, onde assumia que "não há alternativa viável ao uso da força".

Também a presidência de Emmanuel Macron confirmou posteriormente estar em curso a ofensiva, com a participação de meios militares franceses.

"Crimes de um monstro"

Os ataques aéreos, segundo Donald Trump, foram ordenados visando "alvos associados à capacidade de armas químicas" do governo sírio.

Segundo o presidente norte-americano, o objetivo é o de "estabelecer um forte impedimento contra a produção, disseminação e uso de armas químicas".

As greves foram ordenadas "por alvos associados à capacidade de armas químicas" do governo sírio, disse Trump.

O presidente dos EUA disse que o objetivo era "estabelecer um forte impedimento contra a produção, disseminação e uso de armas químicas".

Estas não são as ações de um homem, elas são os crimes de um monstro", disse Trump sobre o presidente sírio, Bashar al-Assad.

A Síria negou a realização do ataque e sua aliada, a Rússia, advertiu que os ataques militares ocidentais poderão iniciar uma escalada de guerra.

Mas entretanto, a administração norte-americana divulgou um comunicado, segundo o qual "crê com confiança" que o governo sírio usou armas químicas no ataque levado a cabo na passada semana contra a cidade de Douma.

Rússia "ameaçada"

Face aos ataques contra a Síria, a Rússia tomou uma primeira posição através do seu embaixador nos Estados Unidos, Anatoly Antonov.

As nossas maiores apreensões tornaram-se realidade. Os nossos avisos não foram ouvidos.O cenário pré-concebido está a ser implementado.Mais uma vez, estamos a ser ameaçados. Advertimos que tais ações não deixarão de ter consequências. Toda a responsabilidade cabe a Washington, Londres e Paris. Insultar o presidente da Rússia é inaceitável e inadmissível. Os Estados Unidos - que possuem o maior arsenal de armas químicas - não têm moral para censurar outros países", escreveu a diplomacia russa através da rede  Twitter.

Mais tarde foi a vez de Putin emitir um comunicado, onde afirmou  que os ataques à Síriaforam realizados sem qualquer enquadramento legal e constituem um “ato de agressão contra um estado soberano”.

Os ataques com mísseis foram realizados "sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU, em violação da Carta das Nações Unidas e de normas e princípios do direito internacional" e constituem "um ato de agressão contra um Estado soberano que está na vanguarda da luta contra o terrorismo", refere Putin em comunicado. Entretanto, Moscovo já pedi uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. 

Edifícios atingidos "não era usados há muito tempo"

O porta-voz do Comando Geral do exército sírio, Ali Maihub, indicou que os Estados Unidos, a França e o Reino Unido lançaram um total de 110 mísseis e garantiu que as forças de defesa antiaérea destruíram "a maioria" dessas armas. A mesma fonte acrescentou que outros mísseis não foram intercetados e atingiram um centro de investigação, no qual se encontra um laboratório científico e um centro educativo, só tendo sido registados danos materiais.

Estes edifícios "não são usados há muito tempo e não estava nada no interior, nem pessoal, nem material", precisou Rudskoi.

Consideramos que estes bombardeamentos não são uma resposta a um imaginário ataque químico, mas uma reação ao êxito das forças sírias na libertação do seu território do terrorismo internacional", disse.

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