A China alertou esta quarta-feira que está determinada a usar a força para impedir que Taiwan se aproxime dos Estados Unidos, numa altura em que antigos funcionários do Governo norte-americano visitam a ilha.
Ma Xiaoguang, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan, do Conselho de Estado chinês, avisou que os recentes exercícios militares junto a Taiwan foram um aviso a Taipé, de que aproximar-se dos EUA para conseguir a independência será um fracasso.
Os exercícios militares visam assinalar que estamos determinados a impedir a independência de Taiwan e impedir que Taiwan trabalhe com os EUA", disse Ma, em conferência de imprensa.
Não prometemos abandonar o uso da força e manteremos a opção de tomar todas as medidas necessárias", avisou.
O território é autónomo desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
Formalmente chamada República da China, Taiwan tornou-se, entretanto, numa democracia com uma forte sociedade civil, mas Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação pela força.
A China enviou 25 aviões de guerra para o espaço aéreo do sul de Taiwan, na segunda-feira, segundo as autoridades taiwanesas. Na semana passada, realizou também exercícios navais com o porta-aviões Liaoning, perto de Taiwan.
O aviso de Ma surge quando o antigo senador norte-americano Chris Dodd e os antigos vice-secretários de estado Richard Armitage e James Steinberg viajaram para Taiwan, a pedido do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
A Casa Branca disse que a visita foi um "sinal pessoal" do compromisso de Biden com Taiwan e a sua democracia.
Os antigos funcionários norte-americanos devem reunir-se com a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, na quinta-feira.
O Departamento de Estado norte-americano disse também, na semana passada, que vai emitir novas diretrizes para permitir que as autoridades norte-americanas se encontrem mais livremente com as autoridades de Taiwan.
Ma disse que os EUA deveriam respeitar o princípio de "Uma só China" e lidar adequadamente com a questão de Taiwan.
As forças externas que usam Taiwan para conter a China e as forças separatistas que usam a força para procurar a independência estão condenadas ao fracasso perante a forte determinação de 1,4 mil milhões de chineses", advertiu.