Guerra civil na Líbia discutida por Rússia e Turquia em reunião de alto nível - TVI

Guerra civil na Líbia discutida por Rússia e Turquia em reunião de alto nível

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  • (Atualizada às 15:07) Publicada por ALM
  • 14 jun 2020, 10:13
Líbia (desde a Primavera Árabe que o país mergulhou no caos)

França endurece tom de críticas à ingerência da Turquia na Líbia

A guerra civil na Líbia estará hoje em discussão numa reunião de alto nível entre os ministros do Exterior e da Defesa da Rússia e da Turquia, em Istambul, confirmou o Governo turco numa nota oficial.

O encontro foi decidido numa conversa telefónica entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e ocorre num dia em que o ministro do Exterior do Irão também se encontra na capital turca para discutir “assuntos regionais”, de acordo com outra nota emitida pelo Ministério do Exterior turco.

A Turquia apoia o Governo de Acordo Nacional da Líbia, reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), e tem rejeitado, nos últimos dias, o acordo de cessar-fogo proposto pelo Egito, ao contrário da Rússia, que apoia os rebeldes liderados por Jalifa Hafter.

Istambul não esclarece se terá lugar alguma reunião tripartida entre Turquia, Rússia e Irão, mas os três países têm mantido encontros regulares para discutir a situação na Síria, onde apoiam, também, fações opostas.

França endurece tom de críticas à ingerência da Turquia na Líbia

Entretanto, o Governo francês reforçou hoje o tom das críticas sobre a interferência turca na Líbia, garantindo que não pode deixar passar o que considera ser “a forma inaceitável” como a Turquia instrumentaliza a NATO.

Os turcos comportam-se de maneira inaceitável, instrumentalizando a NATO e a França não pode deixar passar", referiu a presidência francesa citada num comunicado da agência France Presse.

A França, que ao longo de vários meses tem multiplicado as acusações contra as ambições regionais turcas, ficou irritada com o que considera ser uma "política cada vez mais agressiva e assertiva da Turquia, com sete navios turcos posicionados ao largo da Líbia, uma violação ao embargo de armas”.

O presidente francês, Emmanuel Mácron, reuniu-se esta semana com o seu homólogo norte-americano para discutir o assunto e anunciou que nas próximas semanas o assunto será discutido com os parceiros da NATO.

Emmanuel Mácron lamentou o silêncio da NATO, da qual a Turquia é membro, em relação às ofensivas militares turcas contra as milícias curdas na Síria, os aliados do ocidente na luta contra o terrorismo na Síria.

Em novembro, o chefe de Estado francês afirmou que a NATO estava "num estado de morte cerebral".

A União Europeia pediu na sexta-feira o apoio da NATO para ajudar a reforçar o embargo de armas à Líbia, depois de o exército turco ter impedido que fosse inspecionado um navio suspeito.

A Turquia, tal com o Qatar, apoia o Governo da União Líbia, de Fayez al-Sarraj, reconhecido pelas Nações Unidas, contra as forças dissidentes do marechal Khalifa Haftar, homem forte do Oriente, apoiado pela Rússia, bem como pelo Egito e pelos Emirados Árabes Unidos.

O Governo turco tem fornecido aviões de combate, mercenários e conselheiros para ajudar a causa do Governo de União Nacional líbio, permitindo que as suas tropas invertessem o equilíbrio de poder e aumentassem o sucesso militar, nas últimas semanas.

 

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