O Presidente sírio, Bashar al Assad, afirmou, em entrevista ao jornal russo Komsomolskaya Pravda, que a guerra no seu país é um conflito que se está a generalizar e que resulta da forma diferente como os Estados Unidos e a Rússia encaram o problema do terrorismo.
Moscovo luta contra o terrorismo, não apenas pela Síria ou pela Rússia, mas por toda a região, pela Europa e pelo mundo”, disse Al Assad, acrescentando que para os Estados Unidos, pelo contrário, “o terrorismo é uma carta que guarda na manga e que usa quando precisa”.
Na entrevista, Bashar al Assad diz ainda que se “sente no ar o cheiro da guerra” mas que “ainda não é um confronto direto”, quando questionado sobre a possibilidade de uma "terceira guerra mundial" provocada pela situação na Síria.
Atualmente, verificamos que se trata de uma situação parecida com a da Guerra Fria. Aliás, creio que os países ocidentais e, sobretudo, os Estados Unidos nunca acabaram com a Guerra Fria, mesmo depois da desintegração da União Soviética", referiu o Presidente sírio.
Bashar al Assad sublinhou que a questão síria se enquadra na leitura sobre a Guerra Fria e que a escalada do conflito tem "por objetivo manter a hegemonia dos Estados Unidos".
A Síria é um país independente e o ocidente não aceita a independência de nenhum país, seja a pequena Síria ou a grande Rússia", disse, referindo depois que "o mais importante é saber quem apoia os terroristas".
"A Rússia, o Irão ou o Hezbollah são nossos aliados permanentes e estão aqui de forma legal. Combatem os terroristas, mas há outros países que interferem para apoiar os terroristas. O problema não são os atores (que intervêm no conflito sírio), o principal problema é o terrorismo", concluiu o Presidente al Assad.
Moscovo ratifica acordo militar com a Síria por tempo indeterminado
O Presidente russo, Vladimir Putin, ratificou o acordo entre Damasco e Moscovo - “por tempo indeterminado” - sobre o envio de meios aéreos para o aeródromo militar de Hmeimin, na Síria, anunciou hoje o Kremlin.
O acordo, assinado inicialmente no dia 26 de agosto de 2015, permite a presença permanente de meios aéreos militares russos no aeródromo, na Síria, e que é utilizado para as operações de apoio ao regime de Bashar al Assad.
O acordo estipula também que os elementos da Força Aérea da Rússia que se encontram destacados em Hmeimim ficam isentos do pagamento de impostos na Rússia, assim como de controlos alfandegários.