A ação policial ocorreu no centro da cidade e não foram registadas vítimas entre as forças policiais ou civis. Na operação «morreram dois supostos jihadistas e um terceiro ficou ferido», anunciou Eric Van der Sypt.
De acordo com o porta-voz, a ampla operação desencadeada em Verviers e que se estendeu a Bruxelas e Vilvoorde, «evitou atentados terroristas de grande envergadura que iam ser cometidos de imediato».
Durante a conferência de imprensa após a operação, o procurador belga Eric Van der Sypt revelou que os suspeitos atacaram as forças da autoridade com armas semi-automáticas durante dois minutos, mas nenhum agente foi ferido nesta troca de tiros.
Já esta sexta-feira, a polícia belga informou que ocorreram 12 operações contra o terrorismo, que resultaram na detenção de 15 pessoas.
Terrorismo: operações continuam em Bruxelas
«Esta operação requereu muito esforço da polícia, que contou com a ajuda das forças especiais», disse, acrescentando que durante a investigação descobriram que os jovens se preparavam para fazer um atentado em solo belga.
Jihadistas estariam a planear ataque a uma esquadra de polícia, em local não identificado
— Pedro Moreira (@PedroMoreiraTVI) 15 janeiro 2015
Jornalista da TVI, Pedro Moreira, conta a partir do local o que aconteceu
Durante as questões dos jornalistas, foi ainda explicado que «o objetivo dos terroristas era especialmente os agentes da polícia».
Armas e fardas de polícia em antiga padaria
De acordo com o Dernière Heure, na antiga padaria onde os suspeitos foram encontrados, as autoridades descobriram quatro kalachnikovs, produtos destinados à produção de bombas e fardas de polícias.
Bélgica: novo tiroteio na região de Liége
Segundo a RTBF, esta operação destinou-se a capturar radicais que se suspeita terem regressado à Bélgica depois de terem combatido na guerra civil síria. De acordo com uma testemunha local citada pela RTBF, a operação decorreu na rua da Colline, no alto da rua de Écoles e do Palais onde foram imobilizadas duas viaturas pela polícia. A rua do College foi ocupada por vários carros da polícia, da brigada de anti-explosivos e de veículos de emergência médica. Três ou quatro explosões foram ouvidas, assim como vários disparos. No entanto, apesar do quarteirão ter sido interditado, os habitantes não foram evacuados.
Je ne sais pas ce que c’était, mais ça a bien pété à Verviers… 3-4 grosses explosions et plein d’autres comme des munitions..
— Sephiraph ♻️ (@Sephiraph) 15 janeiro 2015
À RTBF, o autarca de Verviers, Marc Elsen, afirmou que «não tinha conhecimento desta operação da Polícia Federal, o que é compreensível» e que «de uma maneira geral, a vigilância foi aumentada sem causar o pânico na população».
Vasta operação em Bruxelas
Uma vasta operação decorre em simultâneo em Bruxelas e visa um grupo de jihadistas que regressou recentemente da Síria e que estava sob vigilância das autoridades.
O jornal «Le Soir» noticia que foi detido para interrogatório um homem armado que gritava frases religiosas em árabe e francês - entre as quais a expressão «Allahu Akbar» - na estação do metro de Ribaucourt, em Bruxelas.
Também em Zaventem, onde se situa o aeroporto da cidade, Vilvorde e Molenbeek-Saint-Jean decorrem operações antiterroristas.
New photo from anti terror operation in #Verviers pic.twitter.com/0VUTq0Iuxj
— News This Second (@NewsThisSecond) 15 janeiro 2015
Jihadista anunciou chegada à Bélgica no Twitter
Lucas Van Hessche é um jovem originário de Courtrai, que combateu na Síria no outono passado. Esta quarta-feira, o rapaz de 19 anos publicou uma mensagem no seu Facebook que dava conta que tinha regressado à Bélgica, como avança o jornal Het Laatste Nieuws.
«É uma mensagem para a Bélgica e para todos os que combatem pelo Estado Islâmico. Não somos um pequeno exército como querem fazer crer. Somos um estado que está a ser aumentado e que vai chegar à Bélgica. Quer vocês gostem ou não», escreveu Van Hessche.
Esta não é a primeira vez que o jovem fala sobre o Estado Islâmico. Há poucos dias, o jihadista mostrou o seu apoio aos terroristas de Paris na mesma rede social.
De acordo com o jornalista Julien Modave, da RTLInfo, tratam-se de «três jovens de Verviers que estavam na Síria. Partiram à várias semanas, meses, para se radicalizarem. Regressaram há apenas uma semana e têm estado sobre escuta».
«Medo deve mudar de lado»
O primeiro-ministro belga defendeu que o medo deve passar para o campo dos terroristas, após uma reunião de emergência na sequência da operação policial que provocou a morte de dois jihadistas suspeitos de planearem «atentados de grande envergadura».
«O medo deve mudar de lado», afirmou Charles Michel no final da reunião com os serviços de emergência e os ministros de Interior, Jan Jambon, e da Justiça, Koen Geens.
«Isto demonstra a determinação do governo belga em combater todos aqueles que pretendem semear o terror. O medo deve mudar de lado», declarou o primeiro-ministro, citado pelo seu porta-voz, numa altura em que está em marcha uma operação antiterrorista na Bélgica.