O governo dos Países Baixos anunciou esta sexta-feira a demissão em bloco depois de um relatório ter considerado que o executivo foi culpado na má gestão de abonos de família, que acabou por levar à ruína dessas mesmas famílias.
O líder do executivo vai entregar a demissão ao rei Guilherme quando faltam cerca de dois meses para as eleições legislativas.
A decisão surge no seguimento de um inquérito parlamentar que acabou por descobrir que funcionários das Finanças, supervisionados pelo governo, conduziram milhares de famílias à ruína através de falsas acusações de fraude para a obtenção de subsídios.
A investigação dos deputados concluiu que cerca de 10 mil famílias foram erradamente forçadas a devolver dezenas de milhares de euros em subsídios, o que acabou por levar a casos de desemprego, de falências e divórcios. Segundo a agência Reuters, esta má gestão terá durado cerca de uma década debaixo de uma "injustiça sem precedentes".
Apesar da queda do governo, foi garantido em Conselho de Ministros que a gestão da pandemia de covid-19 continuará a ser feita pelos mesmo governantes.
As primeiras reações à demissão já começam a surgir através do Twitter. O líder do PVV, maior partido da oposição, Geert Wilders, fala em "criminalização, vidas destruídas", afirmando que houve "incompetência" na gestão do caso.
Terecht dat het #kabinet aftreedt. Onschuldige mensen zijn gecriminaliseerd, hun levens verwoest en de Kamer is daarover onjuist en onvolledig geïnformeerd.
— Geert Wilders (@geertwilderspvv) January 15, 2021
Maar ongeloofwaardig als de verantwoordelijken straks gewoon weer doorgaan als lijsttrekker. #toeslagenaffaire