Israel vai libertar mais de 200 imigrantes africanos detidos - TVI

Israel vai libertar mais de 200 imigrantes africanos detidos

  • ALM com Lusa
  • 15 abr 2018, 16:35
Jerusalém - Cidade Velha

Plano de expulsão do governo israelita suscitou numerosas críticas, nomeadamente do Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados, de sobreviventes do Holocausto e de parte da sociedade civil

Mais de 200 imigrantes africanos detidos por estarem ilegalmente em Israel vão ser libertados hoje, em cumprimento de uma decisão do Supremo Tribunal, anunciaram os serviços de imigração.

As autoridades israelitas tinham transferido em fevereiro para a prisão de Saharonim (sul de Israel) migrantes eritreus que até então estavam detidos no centro de retenção de Holot, próximo daquela prisão, e que se recusavam a sair de Israel.

Dado que as negociações entre o Estado de Israel e um país terceiro [para receber os migrantes] ainda estão em curso, os migrantes detidos na prisão de Saharonim serão libertados durante o dia de hoje”, anunciaram os serviços de imigração num comunicado.

O Supremo Tribunal israelita ordenou na semana passada a libertação daqueles migrantes se não fosse concluído um acordo de acolhimento com outro país.

O Uganda anunciou na sexta-feira que admite acolher no seu território cerca de 500 migrantes eritreus e sudaneses em situação irregular em Israel.

O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu quer expulsar milhares de imigrantes africanos que entraram ilegalmente no país, propondo-lhes partir “voluntariamente” com um montante de 3.500 dólares (2.800 euros), caso contrário serão detidos e permanecerão como tal até aceitarem sair do país.

Israel não revelou, contudo, para que países vai expulsar os migrantes, uma vez que o governo reconhece implicitamente que não podem ser repatriados para a Eritreia e o Sudão.

Segundo organizações não-governamentais israelitas, as autoridades fecharam acordos com o Uganda e o Ruanda, mas estes países negam.

O plano de expulsão do governo israelita suscitou numerosas críticas, nomeadamente do Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados, de sobreviventes do Holocausto e de parte da sociedade civil.

No início de abril, Netanyahu aceitou anular o programa de expulsões e anunciou um acordo com a ONU para transferir os migrantes para “países desenvolvidos como o Canadá, Alemanha ou Itália.”

Mas voltou atrás horas mais tarde e anulou o acordo com a ONU.

Segundo as autoridades israelitas, vivem atualmente em Israel 42 mil imigrantes africanos que chegaram principalmente depois de 2007, a partir do Sinai (Egipto).

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