Sociais-democratas, Verdes e Liberais anunciam acordo inicial para governo na Alemanha - TVI

Sociais-democratas, Verdes e Liberais anunciam acordo inicial para governo na Alemanha

Coligação para governo na Alemanha

Atual ministro das Finanças deve assumir cargo de chanceler

O líder do SPD (Partido Social-Democrata) da Alemanha anunciou esta sexta-feira que o partido chegou a um acordo inicial para formar governo na Alemanha com os Verdes e os Liberais (FDP). Ganha assim vida a coligação "semáforo", com as cores dos partidos vermelho, amarelo e verde. Olaf Scholz deve assim suceder a Angela Merkel como chanceler.

A coligação inédita junta 416 mandatos, suficiente para obter maioria no parlamento alemão.

Estamos convencidos de que concluímos um ambicioso e viável acordo de coligação", afirmaram os líderes dos três partidos, em conferência de imprensa.

Confirma-se assim que a CDU deixa o poder depois de 16 anos de Angela Merkel como chanceler, cargo que agora deverá vir a ser ocupado pelo atual ministro das Finanças.

As eleições de 26 de outubro foram marcadas por um grande equilíbrio. O SPD teve 25% e a CDU de Armin Laschet 24%.

O acordo foi adotado na ronda de negociações eleitorais preliminares e terá de ser submetido no fim de semana à análise dos congressos dos Verdes e dos liberais.

Para mim, pessoalmente, é muito importante destacar que temos conseguido ter estas conversas sempre com espírito construtivo”, acrescentou o líder social-democrata, enquanto Annalena Baerbock, líder dos verdes, definiu o que foi acordado como “o alicerce” de um acordo que agora será submetido ao partido, com o propósito de poder realizar “a renovação” de que a Alemanha necessita.

“Os últimos dias foram marcados por um estilo diferente, com conversas em que os três participantes agiram com total discrição”, disse Christian Lindner, líder dos liberais, aludindo à anterior tentativa de formar um acordo tripartido entre conservadores, liberais e verdes, promovida pela ainda chanceler, Angela Merkel, em 2017, mas que fracassou quando o projeto foi abandonado pelo Partido Democrático Liberal.

Na origem do acordo estão várias concessões, que vão desde questões relacionadas com os impostos a assuntos ambientais. Assim, compromete-se a coligação a não aumentar os impostos, ao mesmo tempo que o fim da utilização do carvão como principal fonte de energia é antecipada para 2030, quando a data prevista era 2038.

Para cumprir os objetivos de proteção do clima, é necessário acelerar o abandono do carvão na produção de eletricidade”, afirmam os três partidos num documento conjunto apresentado. 

Os parceiros também querem rever “em 2022” a atual lei sobre o clima e introduzir “um programa de proteção imediata do clima” que afetará “todos os setores” da economia.

O acordo governamental preliminar adianta ainda que os parceiros pretendem manter os limites da dívida pública consagrados na Constituição.

As três partes pretendem aumentar os investimentos nos próximos anos, mas “no âmbito dos limites constitucionais da dívida” alemã, que restringe as possibilidades de [aumentar o] défice público, indica o documento, garantindo também que os principais impostos não serão aumentados durante a próxima legislatura.

 

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