Incêndio em Londres: Theresa May promete quase seis milhões em ajuda - TVI

Incêndio em Londres: Theresa May promete quase seis milhões em ajuda

Theresa May

Centenas de pessoas manifestam-se em Kensington por "respostas" e "justiça" depois do incêndio num prédio de habitação que provocou pelo menos 30 mortos. Manifestantes perseguiram carro de Theresa May

A primeira-ministra britânica, Theresa May, promete cinco milhões libras, cerca de 5,7 milhões de euros, para ajudar as vítimas do incêndio de quarta-feira num prédio de habitação social em Londres. De acordo com a agência Reuters, o fundo será destinado a mantimentos de emergência, alimentos, roupa e outras despesas. 

A chefe do Governo britânico fez o anúncio, esta sexta-feira, após um encontro com residentes da torre Grenfell, que na quarta-feira foi consumida pelas chamas. Um encontro em que Theresa May teve de ser escoltada, devido aos protestos que decorrem na zona de Kensington. 

O fundo de apoio que anuncio hoje visa fornecer ajuda imediata às vítimas naquilo de que necessitam para cuidar de si mesmas e de entes queridos. Continuaremos a analisar outros apoios que sejam necessários”, afirmou Theresa May num comunicado emitido pelo seu gabinete e citado pela Reuters.

Cada vez mais pressionada por um fracasso eleitoral e alvo de críticas por não se ter encontrado antes com as vítimas do incêndio, Theresa May fez duas visitas ao local do incêndio esta sexta-feira. A primeira-ministra compareceu num hospital onde estão a ser tratados alguns dos 74 feridos, antes de voltar à sede do governo para uma reunião de crise do seu gabinete.

Após o encontro com ministros, May voltou a Kensington, a zona de Londres onde se localiza a torre Grenfell e dirigiu-se a uma igreja próxima, a igreja de São Clemente, onde estavam reunidos familiares das vítimas e desaparecidos.

A primeira-ministra britânica deixou depois a igreja sob fortes medidas de segurança. 

Centenas em protesto junto à Câmara de Kensington

Centenas de pessoas protestam, esta sexta-feira, em frente à Câmara Municipal de Kensingston e Chelsea, do qual depende o prédio de habitação social. Os manifestantes pedem “respostas” e gritam por “justiça”, depois do incêndio de quarta-feira.

De acordo com BBC, a multidão encheu o átrio do edifício da administração de Kensington e Chelsea e foi travada na escada que dá acesso ao primeiro andar, face a seguranças privados. A polícia foi obrigada a retirar os funcionários do edifício por precaução. A agência France Presse noticia que se registaram alguns encontrões e o ambiente era de muita tensão.

Um fotógrafo da agência Reuters, que se encontrava local no local, relata que a enchente de pessoas perseguiu o carro de Theresa May, obrigando-a a sair por uma saída lateral da igreja de São Clemente, onde estava reunida com algumas famílias. A primeira-ministra não se dirigiu aos manifestantes e estes acusaram-na de “cobardia”.

Os manifestantes reivindicam que os fundos recolhidos sejam dados àqueles que perderem as casas e os pertences e pedem que as vítimas sejam realojadas noutros bairros. 

De acordo com o último balanço oficial, anunciado esta sexta-feira, aumentou para 30 o número de mortos na torre de habitação, com 24 andares.

Além das vítimas mortais, 24 pessoas continuam hospitalizadas, 12 das quais em estado crítico. De acordo com as autoridades, pelos menos 70 pessoas continuam desaparecidas.

Criticada e sob pressão

Theresa May enfrenta críticas dentro do próprio Partido Conservador pela forma como (não) reagiu ao incêndio no prédio de habitação. As manifestações populares também aumentam a pressão sobre a líder conservadora, que é criticada por não ter falado com as vítimas.

O líder da oposição Jeremy Corbyn, o presidente da Câmara de Londres, Sadiq Khan, o príncipe William e a rainha Isabel II, todos já tinham visitado as vítimas do incêndio e tiveram um contacto direto com as pessoas. Todos, menos a primeira-ministra que foi a última a fazê-lo, embora na quinta-feira já tivesse expressado, na televisão, estar triste, depois de se encontrar com agentes dos serviços de emergência.

Ela deveria ter estado lá com os moradores. Você tem que estar preparado para receber as emoções das pessoas, e não ficar tão assustada com as pessoas", disse Michael Portillo, ex-ministro conservador, à BBC.

A reação de Theresa May contrasta com a do líder da oposição Jeremy Corbyn, que abraçou vítimas durante uma visita na quinta-feira, e com a dos membros da realeza, que se encontraram com moradores e voluntários nesta sexta-feira.

"Esta é uma das coisas mais terríveis que já vi", disse o príncipe William sobre o incêndio.

 

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