Este homem encontrava-se já em estado de morte cerebral. Outros cinco permanecem internados no hospital de Rennes em estado grave.
"O paciente em estado morte cerebral morreu ao meio-dia", disse o hospital em comunicado.
Quanto aos outros cinco voluntários internados na sequência do ensaio clínico, o seu estado "permanece estável", acrescentou a mesma fonte.
Na sexta-feira, o diretor de neurologia do hospital de Rennes já tinha dito que três dos homens estavam com problemas neurológicos que podiam ser irreversíveis.
Na semana passada, seis voluntários entre os 28 e os 49 anos foram hospitalizados na cidade francesa de Rennes, depois de terem participado num ensaio de medicamentos analgésicos conduzida por um laboratório privado para a farmacêutica portuguesa Bial.
O ensaio clínico de Fase 1 testava um novo medicamento destinado a tratar perturbações de humor como a ansiedade.
No ensaio participaram no total 108 voluntários, 90 dos quais receberam a droga, enquanto os restantes tomaram placebos.
Os seis homens que foram internados foram o grupo que recebeu a dose mais elevada, segundo a France Presse.
Quando foi conhecido este incidente, o pior deste tipo que já aconteceu em França, a Bial garantiu que estava a acompanhar de perto todos os doentes, dando conta de que o ensaio com humanos daquele medicamento com um composto experimental estava a decorrer desde junho de 2015.
A farmacêutica vincou ainda que o ensaio foi aprovado pelas autoridades francesas, bem como pela comissão de ética em França, e está de acordo com a legislação que enquadra os ensaios clínicos.
As autoridades francesas anunciaram no sábado estarem em curso três investigações no laboratório onde estavam a ser realizados estes testes clínicos a pedido da Bial.
Bial lamenta morte de voluntário
A farmacêutica portuguesa Bial lamentou hoje a morte do e reiterou que está a acompanhar os restantes pacientes hospitalizados.
“Expressamos os nossos profundos sentimentos e solidariedade para com os familiares deste voluntário”, lê-se no comunicado que a Bial disponibilizou na sua página na Internet.
A empresa liderada por António Portela lembrou ainda que está a “acompanhar os restantes voluntários hospitalizados" e que continua a colaborar com as autoridades para "apurar as causas desta trágica e lamentável situação”.