Era paramédico e operador da linha de emergência, num hospital em Bérgamo, uma das cidades mais afetadas em Itália pelo pandemia do novo coronavírus. Morreu na sexta-feira, vítima da Covid-19.
Diego Bianco começou a ter febres altas no dia 7 de março, seguiram-se as dores musculares e depois a tosse. Foi diagnosticado com Covid-19, na semana seguinte, ou seja na semana passada, mas não deixou de trabalhar, porque sentia a obrigação de continuar a salvar a vida de milhares de pessoas que recorriam ao número 118, o equivalente ao 112 em Portugal.
Aos colegas de trabalho, alguns deles também infetados, dizia que se sentia "como se tivesse sido atropelado por um camião". Queixava-se de cansaço, e também de dores no peito, mas estava esperançoso na recuperação, apesar de ter confidenciado a algumas pessoas o medo de deixar desamparadas a mulher e a filha, relatos que são feitos numa reportagem publicada pelo jornal italiano "Corriere della Sera".
O pior aconteceu: menos de uma semana depois dos primeiros sintomas, na noite de sexta-feira, terá dito à mulher que só precisava de encontrar "uma posição confortável para dormir". Mais tarde, foi a esposa, voluntária na Cruz Vermelha, que o encontrou numa crise respiratória muito grave, que o fez entrar em paragem cardíaca. A mulher ainda o tentou reanimar, mas sem sucesso.
A morte de Diego Bianco deixou Itália em choque, não só por ser um dos mais jovens a morrer vítima da pandemia e deixar órfã de pai uma filha de 8 anos e viúva a mulher, como também por se ter tornado num dos rostos do combate ao coronavírus em Itália, o país mais afetado pela pandemia em todo o mundo, à exceção da China.
O paramédico é lembrado pelos colegas de trabalho como um profissional empenhado e um homem tranquilo com a capacidade de manter a calma, mesmo sob forte pressão. Trabalhava no número de emergência médica italiano desde 2011.
Itália regista, neste momento, mais de 31 mil casos de infeção por Covid-19, o número de mortos já ultrapassou os 2 500.