O Gabinete de Segurança de Israel aprovou esta quinta-feira um acordo para chegar a tréguas com o Hamas na Faixa de Gaza, onze dias depois do início dos confrontos que já fizeram mais de 230 mortos.
O acordo, já confirmado pelo Hamas, começou esta sexta-feira às 02:00 locais (00:00 em Lisboa). A notícia foi inicialmente avançada pela imprensa israelita, que citava uma decisão aprovada pelo governo israelita.
O Gabinete [de Segurança do primeiro-ministro israelita] aceitou unanimemente a recomendação de todos os oficiais de segurança (…) de aceitar a iniciativa egípcia de um cessar-fogo bilateral incondicional”, dá conta um comunicado divulgado, entretanto, pelo Estado hebreu.
Pouco depois, as agências internacionais davam conta de que o Hamas confirmava "tréguas" entre as partes. Mais tarde, a agência France-Presse citava um comunicado oficial do grupo islâmico, que referia um acordo para cessar-fogo.
O Gabinete de Segurança de Israel votou favoravelmente a tréguas "mútuas e incondicionais", que foram propostas pelo Egito, que está a mediar o conflito.
Segundo a televisão pública egípcia, o presidente do país, Abdel Fattah al-Sisi, ordenou que fossem colocadas duas delegações nas negociações, aconselhando ambas as partes.
Segundo a agência Associated Press, um oficial ligado ao Hamas disse que a chegada a tréguas era uma derrota para o regime de Benjamin Netanyahu e "uma vitória para o povo palestiniano".
Contudo, o sentimento de alerta vai permanecer até que haja informações mais credíveis por parte dos mediadores deste conflito no Médio Oriente, que se arrasta há décadas.
Ali Barakeh também confirmou que o Hamas foi contactado por oficiais da Rússia, Egito, Qatar e das Nações Unidas no sentido de ser alcançada uma trégua com Telavive.
O anúncio do cessar-fogo era esperado, uma vez que Telavive e o Hamas já tinham anunciado a intenção de chegar a este acordo, apesar dos bombardeamentos na Faixa de Gaza que continuaram durante esta quinta-feira e que motivaram uma resposta, novamente, com recurso a foguetes a partir do território palestiniano.
Este anúncio surge depois da comunidade internacional ter apelado ao fim dos confrontos, nomeadamente através do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
O acordo coloca fim ao pior conflito desde uma guerra que durou 50 dias, em 2014. Ao longo de 11 dias, pelo menos 230 palestinianos, incluindo 65 crianças e 39 mulheres, acabaram por morrer, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.
No mesmo período foram disparados mais de quatro mil rockets contra cidades israelitas, numa das maiores cadências da história, sendo que a maior parte dos projetéis foi detida pelas forças antiaéreas de Israel.
Em Israel morreram 12 pessoas, entre as quais um menino de cinco anos e uma rapariga de dezasseis.