Primeiro-ministro italiano entregou demissão ao Presidente - TVI

Primeiro-ministro italiano entregou demissão ao Presidente

  • CM - Atualizada às 21:56 horas
  • 20 ago 2019, 14:59

Giuseppe Conte anunciou no parlamento que assim que terminar o debate da moção de censura vai apresentar a demissão ao presidente

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, entregou hoje à noite a demissão ao Presidente do país, Sergio Mattarella, que aceitou, anunciaram fontes oficiais.

Com esta decisão, que sela o fim do Governo formado há 14 meses pela Liga (extrema-direita) e pelo Movimento 5 Estrelas (antissistema), Gioseppe Conte foi instruído, como é habitual, a tratar do expediente de assuntos correntes, segundo a mesma fonte, citada pela France-Presse.

A Presidência italiana fez saber que Sergio Mattarella aceitou a demissão de Conte.

O chefe de Estado italiano vai consultar na quarta-feira os partidos sobre a possibilidade de formar um novo Governo ou realizar eleições antecipadas.

As consultas começam amanhã, quarta-feira, 21 de agosto, às 16:00 locais (menos uma hora em Lisboa)”, refere um comunicado da Presidência.

O primeiro-ministro italiano anunciou durante a tarde de terça-feira, no parlamento, que vai apresentar a demissão, logo que terminasse o debate da moção de censura, que foi apresentada pelo vice Matteo Salvini.

A demissão do chefe do Governo abre assim caminho à realização de eleições antecipadas, como pedia Matteo Salvini, a quem Conte chamou de "irresponsável".

O primeiro-ministro acusa o líder da Liga (extrema-direita) de ter "olhado exclusivamente aos interesses pessoais e do seu partido” ao pôr fim à coligação de governo em Itália.

Vou ouvir todas as intervenções e depois irei ao Quirinale para me demitir”, disse Conte num discurso solene no senado, referindo-se ao palácio presidencial.

Conte acusou Salvini, que é também seu vice-primeiro-ministro e ministro do Interior, de fazer o país “correr riscos graves”, evocando nomeadamente o risco de uma espiral económica negativa.

A crise adensou-se a 8 de agosto, dia em que a Liga de Salvini e o Movimento 5 Estrelas, de Giuseppe Conte, partidos que compõem o governo, votaram um contra o outro no parlamento sobre um projeto para uma linha férrea de alta velocidade, resultando na quebra de uma aliança que durou 14 meses.

Em caso de eleições antecipadas, Matteo Salvini surge entre as preferências dos italianos, com as sondagens a situarem-se acima dos 36%.

Vice-PM de Itália Salvini responde às críticas e diz que "faria tudo outra vez"

O vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini respondeu às críticas do primeiro-ministro, Giuseppe Conte, que o acusou de oportunismo e irresponsabilidade, afirmando que "faria tudo outra vez" porque é "um homem livre".

Faria tudo o que fiz, com a grande força de ser um homem livre. Não tenho medo do julgamento dos italianos, quem tem medo da opinião dos italianos não é um homem livre", disse o também líder da Liga (extrema-direita), ao intervir no Senado a seguir ao primeiro-ministro, Giuseppe Conte.

Salvini prosseguiu afirmando que o seu partido não receia eleições já no outono, nem uma possível aliança entre o seu parceiro de coligação, o Movimento 5 Estrelas, de Luigi di Maio, e o Partido Democrático, de Nicola Zingaretti, que podem unir-se e formar um novo executivo.

Falando em tom de campanha eleitoral, Salvini disse que quer fazer de Itália "um país livre e soberano" que "não tenha de defender-se continuamente das decisões" da União Europeia (UE).

Salvini deu este mês por finda a coligação com o M5S, formada há 14 meses, e apresentou uma moção de censura ao primeiro-ministro.

Giuseppe Conte, um independente, anunciou hoje que se vai demitir, num discurso solene no Senado marcado por fortes críticas a Salvini, que acusou de "oportunismo" e "irresponsabilidade institucional" no desencadear desta crise política, ao "olhar exclusivamente aos interesses pessoais e do seu partido".

Conte acusou ainda Salvini, que é também seu vice-primeiro-ministro e ministro do Interior, de fazer o país "correr riscos graves", evocando nomeadamente o risco de "uma espiral de incerteza política e económica".

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