11 de setembro: 20 anos depois, ainda há quem acredite nestas teorias da conspiração - TVI

11 de setembro: 20 anos depois, ainda há quem acredite nestas teorias da conspiração

Reunimos as versões alternativas mais populares que circulam nas comunidades online e o que dizem os relatórios oficiais

11 de setembro de 2001. O dia que ficará para sempre marcado na História por um dos mais brutais ataques terroristas de todos os tempos.

Neste dia, 19 terroristas suicidas desviaram quatro aviões e mataram quase 3.000 pessoas nos Estados Unidos da América.

Segundo os especialistas, esta data marca também o início do fenómeno das fake news, difundidas numa ainda jovem internet. Um dos primeiros documentários sobre versões alternativas, lançado em 2005, popularizou a teoria de que o próprio governo norte-americano estaria por detrás do ataque terrorista.

Vinte anos depois, o ceticismo e as suspeitas levantadas pelas teorias em torno do atentado multiplicaram-se, dissipando-se pelas redes sociais e alimentadas por personalidades como Spike Lee ou políticos como Jesse Ventura, governador do estado do Minnesota.

De um modo geral, as teorias concentram-se em torno de supostas "perguntas não respondidas" pelos relatórios sobre o incidente. Estas são as cinco teorias da conspiração mais populares que circulam nas comunidades online.

1. A queda das Torres Gémeas

A pergunta: Como é que as Torres Gémeas caíram tão depressa e dentro da própria área que ocupavam, após incêndios em poucos andares que duraram apenas uma ou duas horas?

O que os teóricos da conspiração dizem: As Torres Gémeas foram destruídas por detonações controladas.

As teorias referem-se ao rápido colapso dos dois edifícios (que durou cerca de 10 segundos) e aos incêndios relativamente curtos (56 minutos no World Trade Center 2 e 102 minutos no World Trade Center 1).

Além disso, haveria relatos de pessoas que teriam ouvido sons de explosões (ou sequências de pequenas detonações) antes da queda e objetos arremessados violentamente para fora de janelas nos andares inferiores.

O que os relatórios oficiais dizem: O relatório oficial, citado pela BBC, concluiu que, quando os aviões colidiram, danificaram as colunas de suporte do edifício e deslocaram materiais à prova de fogo. 

Cerca de 37.800 litros de combustível de avião foram espalhados por diversos andares, dando início a grandes incêndios. As temperaturas de até mil graus Celsius fizeram com que o piso dos andares cedesse e as colunas curvassem, provocando os tais sons de "explosões".

O peso dos pisos de cada andar criou um peso muito maior do que as colunas dos edifícios foram projetadas para sustentar. Os objetos foram arremessados pelas janelas dos andares inferiores à medida em que os andares de cima desmoronavam. O resultado foi uma queda em efeito cascata.

Além disso, as demolições controladas são sempre iniciadas dos andares de baixo até aos de cima, ao contrário do desmoronamento das Torres.

Não foi encontrada nenhum vestígio de explosivos, apesar das buscas. Também não há evidências de destruição propositada de quaisquer colunas ou paredes, o que é feito rotineiramente numa demolição controlada.

Os estudos do MIT, publicados em 2002, coincidem amplamente com as conclusões do relatório que o governo dos EUA encomendou ao Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (Nist) para descobrir porque é que as torres caíram, e cuja versão final foi publicada em 2008. Tanto o MIT como o Nist concluem que as torres entraram em colapso principalmente devido a uma combinação de dois fatores: os graves danos estruturais causados ​​pelas colisões das aeronaves em cada edifício e a cadeia de incêndios que se espalhou por vários andares.

2. Houve mesmo um ataque ao Pentágono?

A pergunta: Como é que um piloto amador pode ter feito uma manobra tão complicada num avião comercial, desviando-o para o quartel-general das forças armadas mais poderosas do mundo - 78 minutos depois do primeiro relato de um possível sequestro - e não ter deixado nenhum vestígio?

O que os teóricos da conspiração dizem: Não foi um Boeing 757 comercial que atingiu o edifício, mas sim um míssil, um pequeno caça ou um avião não tripulado.

No entanto, depois de ter sido provado que o voo número 77 da American Airlines realmente atingiu o Pentágono, o foco desta teoria mudou para a discussão sobre a dificuldade em executar a manobra de aproximação.

As pessoas que acreditam na conspiração dizem que o avião estava sob o controlo do Pentágono, e não da Al-Qaeda.

O que os relatórios oficiais dizem: Os destroços do avião, incluindo as caixas pretas, foram encontrados no local do acidente e catalogados pelo FBI.

Apesar de algumas filmagens iniciais do acidente não mostrarem os destroços, ainda há vídeos e fotografias que mostram as provas do trajeto que o avião fez durante o choque com o edifício, como postes destruídos.

Os vestígios da tripulação e dos passageiros do voo foram encontrados e identificados através do ADN. Há também testemunhas que viram o avião atingir o Pentágono.

3. O quarto avião - Voo 93 da United Airlines

A pergunta: Porque é que a queda do quarto avião sequestrado, em Shanksville, na Pensilvânia, foi tão pequena e porque é que os destroços do avião não foram vistos?

O que os teóricos da conspiração dizem: O voo 93 da United Airlines foi atingido por um míssil e desintegrou-se em pleno voo, espalhando os destroços sobre uma área extensa. Há ainda quem sugira que terá sido o governo norte-americano a neutralizar o avião porque este iria colidir contra o Capitólio ou contra a Casa Branca.

O que os relatórios oficiais dizem: Há fotografias claras que mostram os destroços do avião e o gravador de voz da cabine do piloto, que foi recuperado, revela que houve uma revolta dos passageiros e que os sequestradores derrubaram o avião deliberadamente.

Outra teoria foi baseada numa frase do médico-legista local, Wally Miller, que foi citada incorretamente: na altura, disse que deixou de ser um médico-legista cerca de 20 minutos depois de chegar ao local porque não havia corpos. Mas também disse que percebeu rapidamente que o que aconteceu foi um acidente de avião e que seria preciso organizar um grande funeral para as vítimas.

O exército diz ainda que nunca deu ordens para que a força aérea neutralizasse o avião comercial. 

Mais tarde, o vice-presidente Dick Cheney revelou, na sua autobiografia, que, após o ataque ao World Trade Center, ordenou o abate de qualquer avião comercial que se acreditasse ter sido sequestrado.

Contudo, no caos e na confusão que se seguiram ao ataque, a ordem do vice-presidente não chegou aos pilotos dos caças, tal como revela o relatório da comissão. 

4.  O estranho colapso do edifício 7 

A pergunta: Como é que é possível que um arranha-céus que não foi atingido por um avião se tenha desmoronado tão rapidamente e simetricamente, quando nenhum outro prédio revestido a aço caiu por causa de incêndios?

O que os teóricos da conspiração dizem: O edifício 7 do World Trade Center foi destruído por uma demolição controlada, através de explosivos e materiais inflamáveis.

O foco da teoria inicialmente era uma frase dita pelo dono do prédio, Larry Silverstein, numa entrevista de TV. Falava sobre a retirada dos bombeiros do edifício, mas a expressão que utilizou fez com que as suas declarações fossem interpretadas como uma alusão ao momento em que os explosivos foram detonados.

Agora, o foco mudou para a velocidade do colapso do edifício. Argumenta-se que apenas explosivos poderiam fazer com que o prédio desmoronasse tão depressa.

Alguns cientistas, que são céticos quanto ao relato oficial, examinaram quatro amostras de poeira do Ground Zero e dizem ter encontrado material térmico, que reage violentamente em contacto com o calor.

Eles dizem ainda que toneladas de materiais explosivos foram colocados dentro não só do WTC7, mas também das Torres Gémeas.

O que os relatórios oficiais dizem: Uma investigação de três anos feita pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia concluiu que o prédio desmoronou por causa de incêndios incontroláveis, que foram causados pelo colapso da torre norte e que consumiram o prédio durante sete horas.

A canalização que levava a água até o irrigador de emergência foi destruída. Não foram encontradas provas de explosivos e não há registo da série de explosões que seriam esperadas no caso de uma demolição controlada.

Também haveria uma explicação para o "material termítico" que os cientistas encontraram na poeira - é só um tipo de tinta básica.

Calcula-se que 1,2 milhões de toneladas de materiais de construção foram pulverizados no World Trade Center e a maioria dos minerais que estavam nos materiais estão presentes na poeira.

Uma amostra mais extensa da poeira não encontrou evidências de explosivos, de acordo com um relatório do Instituto de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos e com outro relatório, produzido pela empresa de inovação científica RJ Lee.

 

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