Austrália aumenta controlo nos aeroportos e investiga caso de pneumonia viral - TVI

Austrália aumenta controlo nos aeroportos e investiga caso de pneumonia viral

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  • 21 jan 2020, 08:00

Os funcionários de fronteiras e de biossegurança farão inspeções médicas aos passageiros que chegarem à Austrália nos três voos semanais de Wuhan para Sydney, além de fornecerem aos visitantes panfletos com informações sobre os sintomas desta doença

As autoridades australianas aumentaram o controlo de segurança dos voos provenientes de Wuhan, cidade no centro da China, onde começaram os casos de pneumonia viral, quando estão a investigar um possível contágio em Brisbane.

"Como a Austrália tem um grande número de viajantes internacionais de Wuhan e [de outras cidades da] China, estamos a implementar medidas preventivas", disse o chefe dos serviços médicos do Governo australiano, Brendan Murphy, em conferência de imprensa.

Os funcionários de fronteiras e de biossegurança farão inspeções médicas aos passageiros que chegarem à Austrália nos três voos semanais de Wuhan para Sydney, além de fornecerem aos visitantes panfletos com informações sobre os sintomas desta doença.

"Não podemos impedir completamente a entrada desta doença no país", alertou Murphy, horas antes de ser registado um caso de possível contágio de um cidadão australiano que voltou de Wuhan há poucos dias.

As autoridades do Ministério da Saúde do estado de Queensland disseram à agência de notícias espanhola EFE que colocaram em quarentena um homem que apresentava sintomas desta doença respiratória.

"Como esse homem viajou para Wuhan, passou por uma série de testes de coronavírus e permanecerá isolado até que os seus sintomas melhorem", disse um porta-voz do Ministério.

Um homem de 89 anos morreu no domingo infetado com o coronavírus, em Wuhan, onde a doença começou e já infetou mais de 200 pessoas, aumentando para quatro o número de mortos na China, informaram as autoridades locais.

O mesmo coronavírus foi detetado nas cidades chinesas de Pequim e Shenzhen, em três pessoas que tinham estado recentemente em Wuhan, mas também na Tailândia, no Japão e na Coreia do Sul.

O novo coronavírus é semelhante ao que provoca a Síndrome Respiratória Aguda Grave, mais conhecida como pneumonia atípica, que infetou os primeiros doentes no sul da China em 2002 e se espalhou a mais de 20 países, matando quase 800 pessoas, e a Síndrome Respiratória do Médio Oriente, que foi identificada pela primeira vez em 2012 na Arábia Saudita, estendendo-se a 27 países e que causou mais de 850 mortos.

De acordo com um especialista em doenças respiratórias da Comissão Nacional de Saúde da China Zhong Nanshan, o coronavírus transmite-se por contágio humano.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) convocou para quarta-feira uma reunião de peritos para avaliar se os casos de coronavírus na China constituem uma emergência de saúde pública internacional, anunciou a instituição em comunicado.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, convocou o Comité de Emergência da organização para que avalie esta possibilidade e as recomendações a seguir se for declarada a emergência de saúde pública internacional, aplicável às epidemias mais graves.

A reunião foi agendada depois de conhecido um aumento significativo de casos de infeção respiratória por um novo tipo de coronavírus. A OMS admitiu que um animal é "a fonte primária mais provável" de contágio, havendo "uma transmissão limitada de humano para humano por contacto próximo".

A emergência de saúde pública internacional foi declarada para as epidemias da gripe suína, em 2009, do vírus Zika, em 2016, e do vírus Ébola, que atingiu uma parte da África Ocidental, de 2014 a 2016, e a República Democrática do Congo, desde 2018.

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