Talibãs querem falar aos líderes mundiais na Assembleia Geral da ONU - TVI

Talibãs querem falar aos líderes mundiais na Assembleia Geral da ONU

Pedido foi feito por carta, enviada na segunda-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Afeganistão, Amir Khan Muttaqi, ao secretário-geral da ONU António Guterres

Os talibãs pediram para falar na Assembleia Geral da ONU, esta semana, em Nova Iorque, adiantou, nesta terça-feira, um porta-voz das Nações Unidas.

O pedido foi feito por carta, enviada na segunda-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Afeganistão, Amir Khan Muttaqi, ao secretário-geral da ONU António Guterres.

Os talibãs nomearam o seu porta-voz Suhail Shaheen como embaixador do Afeganistão nas Nações Unidas, não reconhecendo qualquer legitimidade a Ghulam Isaczai, que se encontra a representar o país.

A missão de Ghulam Isaczai terminou e ele já não representa o Afeganistão", consta na carta, citada pela agência Reuters.

No entanto, até que haja uma decisão sobre quem será o representante do Afeganistão nas Nações Unidas, Ghulam Isaczai vai continuar a sentar-se no lugar que lhe foi atribuído.

A intervenção de Ghulam Isaczai está, aliás, prevista para o último dia, a próxima segunda-feira.

Caso a ONU aceite esta participação, será um importante passo para o reconhecimento do novo governo do Afeganistão, que tomou o poder após o anúncio da saída das tropas norte-americanas.

A 76.ª Assembleia Geral da ONU decorre até dia 27.

Veja também:

Após quase duas décadas de presença de forças militares norte-americanas e da NATO, os talibãs tomaram o poder em Cabul a 15 de agosto, culminando uma rápida ofensiva que os levou a controlar as capitais de 33 das 34 províncias afegãs em apenas 10 dias.

Desde então, os combatentes islamitas radicais asseguraram em várias ocasiões a intenção de formar um governo islâmico "inclusivo", que representasse todas as tribos e etnias do Afeganistão, mas a 7 de setembro anunciaram um governo totalmente masculino, só com ministros talibãs, incluindo veteranos da sua linha dura, que governou o país entre 1996 e 2001, e da luta de 20 anos contra a coligação internacional liderada pelos Estados Unidos.

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