"Não há razões para pensar que esta nova estirpe é mais perigosa", afirma Boris Johnson - TVI

"Não há razões para pensar que esta nova estirpe é mais perigosa", afirma Boris Johnson

  • Henrique Magalhães Claudino
  • 21 dez 2020, 17:22

Primeiro-ministro do Reino Unido avançou ainda que 500 mil pessoas já foram vacinadas contra a covid19 no país e que "há um foco nos grupos populacionais de maior risco".

Em conferência de imprensa realizada esta segunda-feira, Boris Johnson afirmou que a nova estirpe do vírus SARS-CoV-2 não é mais perigosa do que a versão do vírus existente já em todo o mundo.

Boris Johnson reagia assim depois de vários países da Europa, incluindo Portugal, e do mundo terem declarado restrições à entrada de passageiros provenientes do Reino Unido após a deteção desta estirpe, que, segundo a comunidade científica, é mais contagiosa. 

O primeiro-ministro do Reino Unido avançou ainda que 500 mil pessoas já foram vacinadas contra a covid19 no país e que "há um foco nos grupos populacionais de maior risco".

Abastecimento alimentar ao país é “forte e robusto”

Sequencialmente, o Porto de Dover optou por fechar até nova ordem, fazendo com que milhares de camiões tenham sido barrados à saída do Reino Unido. A decisão surgiu depois de o Executivo francês ter suspendido, a partir da meia-noite desta segunda-feira, todas as viagens de passageiros a partir do Reino Unido, incluindo o transporte de mercadorias, por estrada, ar, mar ou comboio durante, pelo menos durante 48 horas.

Sobre a situação no Porto de Dover, Johnson afirma que percebe "as ansiedades" dos outros países, mas argumenta que o risco de transmissão de um condutor num camião sozinho é muito baixo

Também o Canal da Mancha registou filas de grande dimensão após a decisão do Executivo francês, mas o PM britânico sublinha que apenas "uma pequena quantidade de alimentos e de fármacos" foram afetados

 O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, garantiu que as cadeias de abastecimento alimentar são "fortes e robustas", minimizando um eventual impacto das restrições impostas por vários países, incluindo a França, por causa da nova variante de coronavírus.

Os atrasos afetam apenas uma proporção muito pequena de alimentos que entram no Reino Unido e, como disseram as cadeias de supermercados, as cadeias de abastecimento são fortes e robustas", disse Johnson numa conferência de imprensa. 

O chefe do governo britânico disse também que discutiu a situação com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e que pretende querer "resolver a situação nas próximas horas”.

Devido ao risco da nova estirpe do vírus, mais de 30 países proibiram viagens do Reino Unido, incluindo a maior parte da Europa, Canadá, Turquia e Hong Kong, e França proibiu a entrada de mercadorias durante 48 horas, gerando o receio de escassez de alguns produtos nos supermercados britânicos.

Centenas de camiões que esperavam para sair do país via porto de Dover para Calais ficaram retidos nas estradas em filas de quilómetros e muitas pessoas presas nos aeroportos devido ao cancelamento das ligações aéreas com o Reino Unido.

A rede de supermercados Sainsbury’s, a segunda maior no Reino Unido, garantiu ter reservas suficientes, mas a Federação de Alimentos e Bebidas britânica admitiu potenciais roturas no abastecimento de alimentos frescos para o Natal.

As restrições só afetam o trânsito de entrada em França, mas “os camionistas europeus não vão querer viajar para cá se tiverem medo real de ficarem retidos", alertou a associação em comunicado.

O Reino Unido realmente depende da importação de certos tipos de alimentos, nomeadamente a maioria (84%) de fruta fresca, quase metade dos vegetais e cerca de um terço da carne de porco. 

Johnson vincou que estes problemas só estão a afetar o transporte de mercadorias por camiões, que representa 20% do total que entra em Dover, e que a maioria da comida, medicamentos e outro tipo de mantimentos são movimentados de forma mecanizada, logo não é afetada pelas restrições em vigor. 

 

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