Atentados terroristas deixam rasto de sangue em Bruxelas - TVI

Atentados terroristas deixam rasto de sangue em Bruxelas

Aeroporto foi evacuado após os dois rebentamentos, que fizeram vários mortos e feridos. O metro também foi alvo de rebentamentos. Estado Islâmico reivindicou os ataques terroristas e promete mais "dias negros"

Dois atentados terroristas abalaram o coração de Bruxelas na manhã desta terça-feira, provocando pelo menos 31 mortos e 250 feridos. Um rasto de sangue na capital belga que trouxe à memória os ataques de novembro em Paris e que voltaram a deixar a Europa em estado de alerta perante a ameaça terrorista.

O Estado Islâmico reclamou os ataques, que ocorreram primeiro no aeroporto internacional de Zaventem e depois numa estação de metro, prometendo mais "dias negros" como o que aconteceu nesta terça-feira em Bruxelas.

A Bélgica está em alerta de segurança máxima. Tudo começou pelas 8:00 com duas explosões no aeroporto de Zaventem, seguidas de uma outra explosão na estação de metro de Maelbeek, localizado junto a instituições europeias.  Uma terceira bomba foi encontrada no aeroporto e, ao final do dia, novos explosivos decobertos no aeroporto. 

As autoridades belgas acreditam que dois bombistas suicidas se fizeram explodir e procuram ativamente um terceiro suspeito. Isso mesmo foi confirmado pelo procurador belga. De resto, a polícia pediu ajuda para identificar um alegado terrorista, divulgando a imagem do suspeito. Trata-se de um recorte de uma imagem maior, que mostra três presumíveis terroristas com malas e que foi captada pelas câmaras de vigilância do aeroporto. 

O presidente da autarquia de Zaventem acrescentou que os terroristas chegaram de táxi ao aeroporto e tinham as bombas nas malas que transportavam. Um deles terá entrado em pânico e não se fez explodir.

Na sequência dos ataques, as autoridades belgas realizaram operações policiais em vários pontos do país e, por volta das 18:00, a procuradoria federal, citada pela RTBF, confirmou que uma rusga a um apartamento em Schaerbeek conduziu à descoberta de um engenho explosivo, que continha pregos metálicos. Aqui também foram encontrados produtos químicos e uma bandeira do Estado Islâmico.

Há registo de pelo menos 31 vítimas mortais, 20 no metro e 11 no aeroporto, de acordo com a ministra da Saúde belga, Maggie de Block. Mas o balanço pode ser provisório e há órgãos de comunicação que já avançam 34 mortos. Pelo menos 250 pessoas ficaram feridas, incluindo uma portuguesa que estava na estação de metro.

No meio da tragédia, há histórias de quem parece ter fintado o destino, escapando à morte. Muitas envolvem portugueses. Um português relatou à TVI24 como escapou à morte por minutos. Outro, a trabalhar no aeroporto de Bruxelas descreveu os momentos de pânico que ali se viveu. Em Bruxelas, onde vivem milhares de portugueses, outro cidadão nacional conta como um alerta no telemóvel lhe salvou a vida. Outra portuguesa, decidiu ir trabalhar mais tarde e não apanhou o metro.

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Duas explosões nas partidas do aeroporto

Os ataques começaram pelas 8:00 com duas explosões no aeroporto de Zaventem. 

Um repórter da Sky, que estava na área comercial, disse que sentiu o chão "a tremer". 

Havia muito fumo e pó, segundo relatos no local. Os rebentamentos tiveram lugar na zona das partidas. Os feridos foram levados para os hospitais, que apelam às dádivas de sangue. 
 

 

 

 

De acordo com informações avançadas pela RTBF, foi encontrada uma kalachnikov no hall das partidas do aeroporto de Zaventem, em Bruxelas.

A agência de notícias belga, citada pela Reuters, noticia que antes das explosões foram disparados tiros e ouvidas palavras em árabe. Uma imagem retirada das câmaras de vigilância do aeroporto mostram três homens que a imprensa belga avança como presimíveis autores dos atentados. As explosões surgem poucos dias depois da detenção de Salah Abdeslam, suspeito dos atentados de Paris, em novembro de 2015. 

 

Ataque no metro

Pelas 9:11 horas, outra explosão no metro de Maelbeek, junto a instituições europeias, onde todos os trabalhos foram cancelados. Os transportes públicos, incluindo comboios, foram suspensos na capital belga, assim como as ligações ao Reino Unido e França. 

O jornalista Simon Marks ia a passar junto à estação do metro de Maelbeeck quando se deu o atentado. Este foi o relato que fez à BBC: "Ia a passar pelo edifício quando a bomba rebentou. Ouvi o barulho e vi o fumo a sair da estação. Desloquei-me para a entrada, que a polícia ainda não controlava naquela altura. Claramente, havia pessoas feridas.Não havia paramédicos, apenas alguns agentes da polícia". "Um hotel local trouxe toalhas e lençois para servirem de ligaduras. Ao fim de 10 a 15 minutos chegaram paramédicos, a polícia controlou a área e a imprensa foi afastada. Havia muitos pessoas que passavam estavam em lágrimas".

 

Fumée métro maelbeeck #bruxelles @RTBFinfo pic.twitter.com/YVRVh2wwXa

 

Alerta para o terrorismo na Europa

Com o nível de alerta para terrorismo elevado para nível 4, Bruxelas está quase parada, com edifícios públicos evacuados e sem transportes. Na capital belga estão em cursos operações policiais casa a casa. O ministro dos Negócios Estrangeiros belga já admitiu que pode haver terroristas em fuga. 

O primeiro-ministro belga, em conferência de imprensa já classificou os ataques de "cobardes e cegos", apelando à calma. Por seu turno, Manuel Valls, homólogo francês declarou que "estamos em guerra". 

No rescaldo do gabinete de crise que se reuniu esta manhã em Paris, o governo decretou um aumento da segurança em gares, estações e aeroportos franceses. 

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, também convocou um gabinete de crise, ao mesmo tempo que foram reforçadas as medidas de segurança no país. 

O nível de alerta nos aeroportos da Flandres foi elevado. Outros aeroportos europeus seguiram o exemplo. O aeroporto de Heathrow, em Inglaterra, já fez saber, através de uma mensagem no Twitter, que há um reforço policial face aos acontecimentos de Bruxelas. Também Charles de Gaulle, o aeroporto principal da capital francesa, reforçou o policiamento. 

Os países vizinhos da Bélgica fecharam as fronteiras. 

 

 

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