Moçambique: detidos 19 suspeitos de pertencerem a grupos armados em Cabo Delgado - TVI

Moçambique: detidos 19 suspeitos de pertencerem a grupos armados em Cabo Delgado

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  • 22 jun 2020, 22:09
Bandeira Moçambique

Os 19 indivíduos seguiam em dois autocarros e, quando foram interpelados pelas autoridades, alegaram que saíam de Mocímboa da Praia para Palma para pescar, o que levantou desconfianças

As autoridades moçambicanas detiveram 19 pessoas na última semana em Palma, na província de Cabo Delgado, suspeitas de pertencerem aos grupos que têm protagonizado ataques armados no Norte de Moçambique, disse hoje à Lusa fonte oficial.

Os 19 indivíduos seguiam em dois autocarros e, quando foram interpelados pelas autoridades, alegaram que saíam de Mocímboa da Praia para Palma para pescar, o que levantou desconfianças, disse Augusto Guta, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Cabo Delgado.

"O argumento não fazia sentido, tendo em conta que Mocímboa da Praia apresenta melhores condições para pesca", disse Augusto Guta, lembrando que em outras ocasiões as autoridades detiveram outros suspeitos que apresentaram a mesma alegação para entrar em Palma.

"Nós estamos atentos", declarou o porta-voz da PRM em Cabo Delgado, frisando que as autoridades reforçaram a fiscalização em toda a província para impedir incursões de grupos armados.

Em 4 de junho, 35 pessoas que sobreviveram ao naufrágio de uma embarcação em Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, foram retidas para esclarecimentos por apresentarem versões contraditórias sobre a sua proveniência e destino.

"O caso dos sobreviventes do naufrágio já foi encaminhado para o Ministério Público", declarou Augusto Guta, sem avançar mais detalhes.

A província de Cabo Delgado, onde avança o maior investimento privado de África para exploração de gás natural, está sob ataque desde outubro de 2017 por insurgentes, classificados desde o início do ano pelas autoridades moçambicanas e internacionais como uma ameaça terrorista.

Em dois anos e meio de conflito naquela província do Norte de Moçambique, estima-se que já tenham morrido, pelo menos, 600 pessoas e que mais de 200 mil já tenham sido afetadas, sendo obrigadas a procurar refúgio em lugares mais seguros.

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