A escolha de uma jovem de origem africana para encarnar a heroína nacional Joana d'Arc na França gerou uma onda de insultos racistas nas redes sociais, obrigando o governo francês a sair em sua defesa.
O ódio racista não tem lugar na República francesa", escreveu na rede social Twitter a secretária de Estado pela Igualdade entre Homens e Mulheres do governo francês, Marlène Schiappa, num primeiro comentário à vaga de críticas surgida após a escolha de Mathilde Edey Gamassou, de 17 anos, filha de pai natural do Benin e de mãe polaca.
Tout mon soutien à Mathilde Edey Gamassou. #JeanneDarc n'appartient pas aux identitaires. L'Histoire de France non plus.
— MarleneSchiappa (@MarleneSchiappa) February 21, 2018
Je vois dès demain matin la @DILCRAH : la haine raciste de la fachosphère n'a pas sa place dans la République française. https://t.co/TkHhx74zts
Segundo conta a France Press, a jovem foi escolhida entre 250 candidatas para interpretar Joana d'Arc, heroína nacional, nas festas realizadas anualmente na cidade de Orleans. A seu favor contou o facto de ser boa aluna e de ser natural de Orleans
A decisão está a ser contestada em sites de extrema-direita e nas redes sociais, havendo que a considere "uma tentativa de transformar a história" da França.
Afirmando seguir as ordens de Deus, Joana d'Arc guiou os franceses numa batalha contra os ingleses durante a Guerra dos Cem Anos, entre os séculos XIV e XV. Em 1431 foi queimada na fogueira como herege, e anos depois foi beatificada.