O Presidente brasileiro, Michel Temer, nomeou na quinta-feira o deputado Osmar Serraglio como ministro da Justiça, substituindo o jurista Alexandre de Moraes, nomeado para magistrado do Supremo Tribunal.
A nomeação de Serraglio foi confirmada pelo porta-voz da presidência, Alexandre Parola, que explicou que Serraglio é um “jurista e congressista com larga experiência”.
Serraglio, um advogado de 68 anos e quase duas décadas de vida parlamentar, pertence ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), liderado por Temer.
O novo ministro da Justiça ganhou notoriedade em 2005, quando atuou como instrutor de uma comissão da Câmara Baixa que investigou um grande escândalo de corrupção e subornos parlamentares, detetado no primeiro mandato do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Essa investigação levou a um julgamento em que foram condenados a penas de prisão 25 empresários e dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT).
Serraglio assume o cargo num momento conturbado pela investigação a uma rede de corrupção na empresa estatal Petrobras, que afeta tanto a oposição - especialmente o PT -- como o PMDB e outros partidos.
Esta crise pode agravar-se nas próximas semanas, sendo esperadas declarações de 77 ex-quadros da empresa Odebrecht, uma das implicadas no escândalo, que podem detalhar a atuação de dezenas de políticos no caso.
Segundo a imprensa local, nos 77 testemunhos há informação que pode comprometer cinco ministros e o próprio Presidente Temer, bem como dezenas de deputados.
Como ministro da Justiça, Serraglio terá sob a sua liderança a Polícia Federal que, com o Ministério Público e o Supremo Tribunal, está à frente das investigações.
O novo ministro terá também de lidar com o problemático sistema prisional, que este ano foi palco de violentos motins que causaram a morte de cerca de 150 reclusos.
Uma vez confirmado o nome do sucessor de Alexandre de Moraes na Justiça, Temer tem de nomear um novo ministro dos Negócios Estrangeiros, após a demissão na quarta-feira de José Serra.