Itália: sete mortos e mais de 229 infetados por coronavírus - TVI

Itália: sete mortos e mais de 229 infetados por coronavírus

  • Cláudia Évora
  • Sofia Fernandes
  • Sofia Santana
  • atualizada às 18:37
  • 24 fev 2020, 08:32

O último balanço foi divulgado esta segunda-feira numa conferência de imprensa da Proteção Civil italiana. O comissário Angelo Borrelli disse que todas as mortes registadas são idosos com um quadro clínico previamente comprometido

O número de mortos por coronavírus em Itália subiu para sete esta segunda-feira. O número de infetados com o Covid-19 já vai em 229.

De acordo com a imprensa italiana, a sétima vítima mortal é um homem de 62 anos, da localidade de Castiglione d’Adda. A vítima morreu no Hospital de Como.

A sexta vítima mortal é um octogenário que também residia na região de Castiglione d'Adda. O homem morreu no hospital de Sacco, em Milão. 

Antes, tinha sido anunciada pela imprensa italiana a morte de uma mulher que tinha cancro e que residia em Lombardia, mas essa informação foi, entretanto, desmentida.

Também esta segunda-feira foi anunciado que um homem de 88 anos, natural de Caselle Landi, na região de Lombardia, morreu com coronavírus e um homem, de 84 anos, que estava internado com outra doença e que foi infetado pelo Covid-19 também faleceu no hospital.

O último balanço foi divulgado esta segunda-feira numa conferência de imprensa da Proteção Civil italiana. O comissário Angelo Borrelli referiu esta manhã que todas as mortes registadas são idosos com um quadro clínico previamente comprometido. 

As autoridades italianas lutam para manter o novo surto controlado. Neste momento, já há 229 casos de infeção, que estão circunscritos a quatro regiões do norte do país: Lombardia, Veneto, Emilia Romanha, Piemonte e Lácio.

Itália é o país da Europa com mais casos de infeção e o quarto a nível global.

O surto de Covid-19, que teve origem na China, já infetou mais de 79.000 pessoas em todo o mundo, segundo os números das autoridades de saúde dos cerca de 30 países afetados.

Para esta manhã estava prevista a chegada ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, de três voos provenientes de Itália. A TVI falou com alguns dos passageiros que vieram nestes voos e explicaram que à saída do país não está a ser feito qualquer controlo. 

Por cá, o cenário é idêntico. Ou seja, os passageiros que aterram em território nacional, não são abordados por nenhum médico, nem realizam qualquer rastreio.

União Europeia mobiliza milhões e reavalia risco face a surto em Itália

A Comissão Europeia anunciou esta segunda-feira a mobilização de 230 milhões de euros para apoiar a luta global contra o coronavírus Covid-19 e, face aos desenvolvimentos em Itália, solicitou ao Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças uma reavaliação de risco.

Esta segunda-feira, em conferência de imprensa os comissários europeus da Saúde, Stella Kyriakides, e da Gestão de Crises, Janez Lenarcic, saudando a resposta “profissional e rápida” das autoridades italianas ao surto no norte país, sublinharam que “os rápidos desenvolvimentos verificados no fim de semana em Itália mostraram o quão rapidamente a situação pode mudar” e, como tal, a necessidade de os Estados-membros da UE e a comunidade internacional como um todo atuarem de forma coordenada, para prevenir a propagação do novo coronavírus, que continua a ser a "principal prioridade".

Questionados sobre eventuais restrições a deslocações dentro do espaço Schengen de livre circulação de pessoas, e designadamente a possibilidade de reintrodução de controlos fronteiriços, à luz dos desenvolvimentos em Itália, os comissários sublinharam que essa é uma matéria da responsabilidade dos Estados-membros, que devem seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (CEPCD), escusando-se a especular sobre o cenário do encerramento do Espaço Schengen.

Já no domingo, a Áustria decidiu interromper momentaneamente ligações ferroviárias com Itália.

O coronavírus Covid-19 surgiu em dezembro em Hubei, no centro da China. O número de mortos devido subiu esta segunda-feira para 2.592 na China continental e foram reportados 409 novos infetados, quase todos na província de Hubei.

O segundo país mais afetado é o Japão, com 769 casos (três dos quais mortais), incluindo pelo menos 364 no cruzeiro Diamond Princess, onde no sábado foi detetada a infeção de um cidadão português.

Segue-se a Coreia do Sul, com 763 casos, sete dos quais mortais.

Continue a ler esta notícia