Salah Abdeslam aceita ser extraditado para França - TVI

Salah Abdeslam aceita ser extraditado para França

Salah Abdeslam

O principal suspeito dos ataques de novembro, em Paris, mudou de estratégia e já não quer cooperar com as autoridades belgas. Embora preso desde sexta-feira, o nome do belga aparece cada vez mais ligado aos ataques de Bruxelas desta terça-feira

Salah Abdeslam, principal suspeito dos ataques a Paris, detido na Bélgica, aceita ser extraditado para França, segundo a BFM TV. O suspeito dos ataques à capital francesa, que fizeram 130 mortos em novembro de 2015, quer regressar a França "o mais rapidamente possível", segundo o advogado do alegado terrorista, Sven Mary.

O advogado acrescentou que propôs uma audiência para analisar a extradição no dia 31 de março. A análise do caso de Salah Abdeslam pela justiça belga está marcada para dia 7 de abril. 

Uma mudança de estratégia em poucos dias. Há menos de uma semana o advogado de Salah Abdeslam afirmou que o suspeito dos atentados de Paris iria recusar a extradição, pedida pela França. Sven Mary disse, em declarações aos jornalistas, no sábado, que Abdeslam estava a cooperar com as autoridades da Bélgica.

Ele está a cooperar com a justiça belga. França pede a sua extradição. Posso dizer-vos que ele vai recusar a extradição para França”, dizia Sven Mary. 

Salah Abdeslam não sabia dos ataques

O advogado Sven Mary disse aos jornalistas que Salah Abdeslam "não estava ao corrente dos ataques" à capital belga, que fizeram pelo menos 31 mortos e mais de duas centenas de feridos. No entanto, dois dias depois dos ataques a Bruxelas, o belga radicalizado opta por não colaborar com a justiça, numa altura em que a conexão entre os ataques de Paris e de Bruxelas parece mais evidente. Um dos bombistas que se fez explodir no aeroporto de Bruxelas, fazia referência a Salah Abdeslam na carta que deixou. 

Sentir-me num precipício, não saber o que fazer, ser procurado por todos, nunca estar descansado, e uma situação que se arrasta, o risco de acabar como ele [Salah Abdeslam] numa cela”, escreveu Ibrahim El Bakraoui. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, Didier Reynders, tinha revelado, no domingo, que Salah Abdeslam estaria a planear "qualquer coisa" em Bruxelas. O governante sublinhou que, durante as investigações iniciais, foram encontradas muitas armas, "armas pesadas" e, recentemente, havia uma nova rede criminosa à sua volta na capital belga. 

Ele estava pronto para começar qualquer coisa em Bruxelas e isso pode ser mesmo verdade porque foram encontradas muitas armas, armas pesadas, nas primeiras investigações e descobrimos que havia uma nova rede à sua volta em Bruxelas."

Salah Abdeslam foi formalmente acusado pelas autoridades belgas de homicídio terrorista. O Procurador do Ministério Público belga revelou aos jornalistas, numa conferência de imprensa, que este planeava explodir-se no Estádio de França mas recuou nessa intenção.

A detenção de Salah Abdeslam

Salah Abdeslam foi detido em Bruxelas, na sexta-feira passada, na sequência de uma mega operação policial. O suspeito em fuga dos atentados de Paris foi detido às 16:40 locais e devido a ferimentos numa perna foi transportado para o hospital Saint-Pierre em Bruxelas.

No total da operação, que foi dada como concluída às 20:30 locais, foram detidas cinco pessoas, três delas membros da mesma família que escondeu Salah Abdeslam, e ainda Amine Choukri, cúmplice de Abdeslam, que também estava na lista dos serviços secretos.

Além destas cinco detenções, a Procuradoria belga confirmou a existência de pelo menos um fugitivo, Mohamed Abrini, que foi filmado junto de Salah Abdeslam antes dos atentados numa estação de serviço nos arredores de Paris.

O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, considerou a detenção de Salah Abdeslam “um golpe importante para a organização terrorista Estado Islâmico na Europa”.  

O resultado desta mega operação foi saudada pelos governantes franceses e belgas. François Hollande e Charles Michel, acompanharam os trabalhos juntos. 

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