Espanha já respondeu à decisão de Nicolás Maduro expulsar o embaixador de Espanha da Venezuela e informou que também vai expulsar o embaixador da Venezuela de Madrid.
O conselho de Ministros de Espanha decidiu, esta sexta-feira, que o embaixador não pode regressar a Madrid. Madrid “lamenta a decisão” adotada pela Venezuela de expulsar o embaixador de Espanha nesse país, mas “perante medidas desta dimensão” teve de responder “de forma proporcional”, disse o ministro porta-voz do executivo, Íñigo Méndez de Vigo, em conferência de imprensa.
Segundo este responsável, a Espanha deseja manter com a Venezuela “relações de respeito, amizade e cooperação”, mas as decisões adotadas pelo Governo de Nicolás Maduro “tornam difícil que isso se verifique”.
A Venezuela anunciou, na quinta-feira, que vai expulsar o embaixador espanhol em Caracas, Jesús Silva Fernández. O diplomata foi considerado "persona non grata" depois de a União Europeia ter aprovado novas sanções contra o executivo venezuelano.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, justificou a expulsão do embaixador espanhol pelos "repetidos ataques e recorrentes atos de ingerência do governo espanhol em assuntos internos da Venezuela".
Em causa estão, também, declarações de Mariano Rajoy de quarta-feira, que Jorge Arreaza rejeitou "categoricamente", sobre as "medidas restritivas, contrárias aos mais elementares princípios de Direito Internacional, que a União Europeia aplicou de forma errada e unilateral contra altos funcionários e governantes venezuelanos".
Caracas manifestou, ainda, a intenção de continuar a trabalhar "sem intromissão de potências imperialistas e supremacistas nem de governos subservientes com desesperada nostalgia colonial".
UE insta Caracas a recuar na decisão
A União Europeia condenou “firmemente” a decisão das autoridades venezuelanas de declarar ‘persona non grata’ o embaixador espanhol e instou Caracas a revertê-la, para manter os canais diplomáticos abertos.
“A União Europeia condena firmemente a decisão das autoridades venezuelanas de declarar o embaixador espanhol em Caracas ‘persona non grata’. Expressamos a nossa plena solidariedade com Espanha e apelamos a que a decisão seja revertida, já que foi contra a necessidade de manter os canais diplomáticos abertos”, declarou a porta-voz Catherine Ray.
A mesma porta-voz, responsável pela área de política externa, que falava na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, recordou ainda que as decisões da UE na área dos Negócios Estrangeiros – como a aplicação de sanções à Venezuela – “são tomadas por unanimidade dos Estados-membros”.
As relações entre Espanha e Venezuela estão tensas desde a eleição do Presidente Hugo Chávez (1999-2013), que morreu em 2013, tendo subido ao poder posteriormente o seu afilhado político Nicolás Maduro.
Em dezembro, A Venezuela teve a mesma atitude em relação aos embaixadores do Brasil e Canadá, que posteriormente tomaram medidas idênticas em relação os embaixadores venezuelanos nos seus respetivos países.