Indonésia estima que 22 mil pessoas tenham ficado desalojadas - TVI

Indonésia estima que 22 mil pessoas tenham ficado desalojadas

  • CE
  • 26 dez 2018, 12:35

Dados mais recentes das autoridades do país registam 430 mortos e 159 desaparecidos

Pelo menos 22 mil pessoas ficaram desalojadas na sequência do tsunami que no sábado atingiu o estreito de Sunda, na Indonésia, e causou pelo menos 430 mortos, segundo os dados mais recentes das autoridades do país.

O porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Desastres indonésia (BNPB), Sutopo Purwo Nugroho, elevou esta quarta-feira também para 159 o número de pessoas que continuam desaparecidas após o desastre, que causou ainda 1.495 feridos.

A zona mais afetada foi Pandeglang, na costa oeste da ilha de Java, onde, segundo aquele responsável, se registaram 290 mortos, 1.143 feridos e 77 desaparecidos, num total de 17.477 pessoas afetadas pelo desastre.

O tsunami ocorreu no sábado à noite, no Estreito de Sunda, entre as ilhas de Java e Sumatra.

Os cientistas acreditam que foi provocado pelo deslizamento submarino de terra, causado pela erupção do vulcão Anak Krakatau.

A onda gigante atingiu a costa oeste de Java e do extremo sul da ilha de Samatra, onde as más condições meteorológicas estão a dificultar as tarefas das equipas de resgate e das organizações de ajuda humanitária.

As chuvas fortes fizeram os rios transbordar e provocaram inundações em vários pontos de Pandeglang. Esta situação está a dificultar a evacuação dos locais e a ajuda aos deslocados", afirmou Sutopo através da sua conta na rede social Twitter.

Possibilidade de novo tsunami

As autoridades indonésias pediram à população que reside na proximidade do vulcão Anak Krakatoa que evite a costa enquanto as erupções e as condições meteorológicas e do mar estão a ser monitorizadas para avaliar riscos de um novo tsunami.

A Agência de Meteorologia, Geofísica e Climatologia pediu às pessoas que se mantivessem a pelo menos 500 metros da costa do estreito de Sunda, onde um tsunami no sábado, provocado pela erupção do mesmo vulcão, causou pelo menos 429 mortos e 154 desaparecidos.

A chefe da agência, Dwikorita Karnawati, alertou que para a possibilidade de se registarem esta quarta-feira ondas altas e fortes chuvas, num momento em que a parede da cratera do vulcão arrisca ruir.

Numa conferência de imprensa na terça-feira, a responsável disse que o clima e as contínuas erupções "podem causar deslizamentos de terra nos penhascos da cratera para o mar".

Tememos que isso possa provocar um tsunami", acrescentou Karnawati.

A BNPB assinalou que a Indonésia não conta com sistemas de alerta de tsunamis provocados por um vulcão e que as boias colocadas para detetar uma repentina subida das ondas não funcionam desde 2012 por falta de manutenção e de fundos para reparação dos danos provocados por atos de vandalismo.

As operações de resgate coincidem hoje com o 14.º aniversário do tsunami que, em 2004, arrasou a província indonésia de Aceh, no norte da ilha de Samatra, no qual morreram 167.799 pessoas e que afetou mais de uma dezena de países no oceano Índico, elevando para 230.273 o número total de vítimas mortais.

Localizada sobre o chamado "Anel de Fogo do Pacífico", zona de grande atividade sísmica e vulcânica, a Indonésia é sacudida anualmente por mais de 7.000 sismos, a maioria moderados.

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