Os rebeldes talibãs do Afeganistão anunciaram esta sexta-feira o lançamento da “ofensiva da primavera” contra as “forças estrangeiras” estacionadas no país.
A ofensiva, de cariz anual, foi batizada de “Operação Mansour”, nome do antigo líder dos talibã que foi morto em 2016 num ataque de "drones" dos Estados Unidos.
O principal alvo da ‘Operação Mansour’ vai ser as forças estrangeiras, as suas infraestruturas militares e serviços de informações, e a eliminação dos seus mercenários locais”, indica um comunicado dos talibãs.
Apesar de estarem a iniciar oficialmente a "ofensiva da primavera", os talibãs efetuaram recentemente ataques como o do início da semana, lançado contra uma base militar no norte do país, que fez mais de 130 mortos, num dos piores golpes sofrido pelas forças afegãs desde 2001.
A NATO terminou, em 2014, a missão de combate no Afeganistão e atualmente os Estados Unidos têm perto de dez mil soldados no país.
O principal papel das tropas norte-americanas é ajudar e treinar as tropas afegãs, mas têm sido cada vez mais chamadas para prestar apoio direto contra os grupos rebeldes.
O conflito afegão recrudesceu desde o fim da missão de combate da NATO.
O ano passado foi o mais sangrento para a população civil, com 3.498 mortos e 7.920 feridos, desde que a missão da ONU no Afeganistão (Unama) começou a contabilizar as vítimas em 2009.
Na guerra do Afeganistão, que dura há 16 anos, estão presentes os rebeldes talibãs e o grupo extremista Estado Islâmico, que lutam entre si e com as forças de segurança afegãs.
No dia 13 abril, os Estados Unidos lançaram a bomba não-nuclear mais potente (GBU-43 Massive Ordnance Air Blast, MOAB), conhecida como a "mãe de todas as bombas", contra um complexo do EI em Nangarhar, dias depois de um militar das forças especiais norte-americanas ter sido morto na zona.
Mais de 90 combatentes ou apoiantes do Estado Islâmico morreram no bombardeamento, de acordo com as autoridades de Cabul.
Os Estados Unidos estimam que o Estado Islâmico tenha cerca de 800 combatentes no Afeganistão.