A Coreia do Norte lançou, nesta terça-feira, um míssil balístico, o que não acontecia desde setembro.
Fonte do Pentágono, citada pela agências de notícias internacionais, confirma o lançamento. O Pentágono anunciou que o míssil lançado é um engenho balístico intercontinental, que realizou um voo de mil quilómetros.
Segundo a agência sul-coreana Yonhap, o míssil foi disparado em direção a leste a partir da província de Pyongan, no sul do país.
Não é, ainda, claro se sobrevoou o Japão, como aconteceu em lançamentos anteriores.
O Governo do Japão convocou, entretanto, uma reunião de emergência.
As autoridades de Seul e Washington estão a trabalhar conjuntamente para apurar a trajetória e o alcance deste míssil, de acordo com um comunicado do exército sul-coreano.
A Coreia do Norte lançou um míssil balístico não identificado em direção a leste dos subúrbios de Pyongsong, província de Pyongan”, indica o Estado Maior Conjunto sul-coreano.
Este é o primeiro teste em mais de 70 dias e o 20.º em 2017. A última vez foi a 15 de setembro, quando disparou um míssil de médio alcance que voou sobre o norte do Japão antes de cair no mar.
Donald Trump foi informado do disparo em tempo oportuno.
O presidente estava numa visita ao Congresso no momento do disparo e foi informado da situação na Coreia do Norte enquanto o míssil ainda estava a voar", disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.
Coreia do Sul diz que existe “ameaça séria” à paz
O Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, afirmou, entretanto, que o novo disparo de míssil por parte da Coreia do Norte é uma “séria ameaça” à paz global e defendeu que são necessárias sanções mais fortes contra Pyongyang.
Moon Jae-in garantiu, no Conselho de Segurança Nacional, que a Coreia do Sul “não vai ficar sentada a ver” as provocações da Coreia do Norte e explicou que vai trabalhar com os Estados Unidos para fortalecer a segurança.
O Presidente da Coreia do Sul salientou que é preciso “desencorajar as ambições nucleares” da Coreia do Norte e explicou que os sul-coreanos anteciparam o lançamento e estavam preparados.
O Exército da Coreia do Sul efetuou os seus próprios exercícios com mísseis, que começaram poucos minutos depois do lançamento da Coreia do Norte ter sido detetado.
O disparo deste míssil, com alcance que permite atingir território norte-americano, foi o primeiro ensaio em dois meses e meio, depois de o último, de médio alcance, ter sobrevoado o norte do Japão antes de cair no mar.
Os continuados ensaios com armas feitos pelo regime de Kim Jong-un, entre os quais um ensaio nuclear no passado 03 de setembro, aumentaram a tensão na zona a níveis nunca vistos depois da guerra da península da Coreia (1950-1953).
Na assembleia-geral da ONU, em setembro, Trump foi duro quanto aos programas nucleares norte-coreanos e ameaçou "destruir totalmente" a Coreia do Norte se Pyongyang continuasse com as provocações.
Por várias vezes, Trump afirmou também que não descarta uma ação militar contra o regime de Pyongyang, uma vez que, disse, anos de diálogo não serviram para nada.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) vai reunir de emergência, na quarta-feira à tarde por causa do lançamento do míssil hoje efetuado pela Coreia do Norte, anunciou a presidência italiana
Presidente sul-coreano receia eventual ataque preventivo dos EUA
Mas o O Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, exprimiu ainda a sua preocupação com a possibilidade de o aperfeiçoamento de um míssil balístico intercontinental pela Coreia do Norte levar os EUA a considerarem um ataque preventivo.
Moon disse que é importante prevenir uma situação em que o (Coreia do) Norte possa fazer erros de cálculo e ameace o (Coreia do) Sul com armas nucleares ou que os EUA considerem a possibilidade de um ataque preventivo para eliminarem a ameaça.
O chefe de Estado sul-coreano apelou aos seus militares para que reforcem as suas capacidades.
Segurança dos Jogos Olímpicos de Inverno reavaliada
O Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, afirmou também que vai “reavaliar de perto” se o último lançamento de um míssil por parte da Coreia do Norte vai afetar os esforços para receber os Jogos Olímpicos de Inverno em 2018.
O gabinete do Presidente sul-coreano anunciou que Moon Jae-in afirmou, durante o Conselho de Segurança Nacional, que é importante encontrar soluções para “gerir de forma estável” a situação.
Os preparativos para os Jogos Olímpicos de Inverno, que vão decorrer em fevereiro de 2018 em Pyeongchang, estão a ser ofuscados pelos testes nucleares e de misses da Coreia do Norte este ano.
A França já anunciou que a sua equipa olímpica não viajará para a Coreia do Sul, caso a segurança não seja garantida.
A Coreia do Sul pretende que a Coreia do Norte participe nos Jogos Olímpicos para atenuar as preocupações, mas esse dado ainda não está confirmado.