Espanha: autoridades espalharam lixívia pelas praias de Cádiz. "Foi um erro" - TVI

Espanha: autoridades espalharam lixívia pelas praias de Cádiz. "Foi um erro"

Algarve

Em Zahara de los Atunes, tratores espalharam lixívia pelo areal para que fosse, supostamente, mais segura a saída das crianças depois de seis semanas de confinamento. Autarquia já pediu desculpa

No domingo, a praia de Zahara de los Atune, em Cádiz, Espanha, foi desinfetada com lixívia espalhada com três tratores.

De acordo com a imprensa espanhola, espalhar lixívia pelo areal foi uma decisão conjunta dos comerciantes e do conselho do bairro para que fosse, supostamente, mais segura a saída das crianças depois de seis semanas de confinamento.

"Parece incrível que estas coisas ainda aconteçam, é uma loucura contra a própria praia", afirmou a presidente da associação de voluntários ambientais Trafalgar, María Dolores Iglesias, ao El Periodico.

Segundo a associação, que já denunciou o que aconteceu ao governo da Andaluzia por crime ambiental, a ação não tinha a devida autorização.

A Trafalgar está ainda a considerar ir a tribunal porque, entre os vestígios dos tratores, foi localizado pelo menos um ninho com ovos de tarambola, que está em plena época de reprodução.

Por sua vez, o presidente do conselho do bairro, diz que a ação foi feita com a melhor intenção de proteger os menores para que pudessem passear junto ao mar. 

No entanto, este argumento não convence os ecologistas que explicam que a zona que foi desinfetada não foi a praia urbana da cidade, mas sim a que está a dois quilómetros do local onde poderiam passar crianças.

E vão mais longe, dizendo que haverá um suposto interesse económico de um dono de um hotel da zona - que é presidente da associação de comerciantes - "para tentar garantir que a zona está livre de Covid-19 no verão", uma vez que as melhores praias selvagens de Cádiz se localizam por ali.

Um oficial do governo regional de Andaluzia afirmou que está a ser investigada a tentativa de desinfeção levada a cabo sob a premissa de que não tinham autorização para tal.

Agustín Conejo diz mesmo que a ação "foi um erro", mas que "foi feita com a melhor das intenções": proteger as crianças.

Espanha, o terceiro país com mais mortes pela pandemia da covid-19, tem as suas ruas desertas por uma série de medidas de confinamento, um dos mais rigorosos do mundo, no quadro do estado de emergência em vigor desde 15 de março último até 09 de maio próximo.

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