Coronavírus: China envia aviões para garantir regresso de habitantes de Wuhan - TVI

Coronavírus: China envia aviões para garantir regresso de habitantes de Wuhan

  • CE
  • 31 jan 2020, 09:58

Governo chinês espera que essa operação seja realizada "o mais rápido possível"

A China anunciou esta sexta-feira que vai enviar aviões para fazer regressar a Wuhan, epicentro do novo coronavírus, os habitantes daquela cidade que se encontram no exterior, algo que será feito "o mais rápido possível".

O Governo decidiu intervir devido a "dificuldades práticas no exterior para os residentes da província de Hubei, especialmente os de Wuhan", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, em comunicado.

A cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto do novo coronavírus, está isolada do mundo há mais de uma semana, como a quase totalidade dos habitantes da província de Hubei, onde vivem 56 milhões de pessoas, impedidos de deixar a região.

A China disse esta sexta-feira ser capaz de "conter e derrotar" o novo coronavírus, que causou 213 mortos e infetou 9.692 pessoas, levando a Organização Mundial da Saúde a declarar a epidemia emergência de saúde pública internacional.

A China está confiante e capaz de conter efetivamente a nova epidemia de coronavírus e, eventualmente, derrotá-la", declarou a Comissão Nacional de Saúde num comunicado publicado poucas horas após a decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Embora 99% dos casos tenham sido diagnosticados na China, um comité de emergência de 15 especialistas, convocado pelo diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou o alerta internacional na tarde de quinta-feira.

O alerta, descartado há uma semana, foi declarado após o aparecimento de várias infeções entre pessoas de países como Alemanha, Japão, EUA ou Vietname em pacientes que não tinham viajado recentemente para a China.

O Governo chinês atribui grande importância à prevenção e controlo da pneumonia causada pelo novo coronavírus e tomou as medidas mais estritas para conter a epidemia", sublinhou a Comissão Nacional de Saúde.

O organismo, acrescenta-se o comunicado, espera que "a comunidade internacional entenda e apoie os esforços da China para prevenir e controlar a epidemia e faça esforços conjuntos com a China para conter a epidemia e manter a segurança da saúde global".

A OMS declarou emergência de saúde pública internacional o surto do novo coronavírus na China, que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

Para a declarar, a OMS considerou três critérios: uma situação extraordinária, o risco de rápida expansão para outros países e que exija resposta internacional coordenada.

Esta é a sexta vez que aquela organização declara emergência de saúde pública internacional.

A OMS opôs-se à restrição de viagens, apesar de o surto do novo coronavírus na China ser uma emergência de saúde pública internacional. Não obstante, o Governo italiano suspendeu todos os voos provenientes ou com destino à China depois de confirmados dois casos no país do novo coronavírus.

Além da China e dos territórios chineses de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos confirmados do novo coronavírus em 23 outros países - Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas, Índia, Sri Lanka, Reino Unido, Rússia e Suécia.

Os Estados Unidos e o Japão retiraram parte dos seus concidadãos de Wuhan. Portugal vai igualmente repatriar cidadãos da mesma cidade chinesa, juntamente com outros países europeus.

Várias companhias aéreas decidiram suspender ou reduzir os seus voos para a China continental face à propagação do novo coronavírus (família de vírus que pode causar pneumonia viral).

A Rússia anunciou na quinta-feira a intenção de fechar 4.250 quilómetros de fronteira com a China e o Cazaquistão ordenou o encerramento das ligações em autocarro, avião e comboio com o mesmo país vizinho.

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