A Agência Espanhola de Medicamentos não autoriza que a vacina que está a ser desenvolvida pelo Centro Nacional de Biotecnologia seja testada em pessoas.
Este ensaio, para o qual a equipa de investigadores, liderada pelo virologista Mariano Esteban, contaria com cerca de uma centena de voluntários, seria realizado no Hospital de la Paz de Madrid, que já tinha começado a procurar voluntários, segundo informa o El Pais. Até agora ainda não é conhecido o motivo da proibição dos testes por parte da Agência Espanhola de Medicamentos.
O plano era realizar um primeiro ensaio com 112 pessoas para estudar a segurança e a resposta imunológica gerada pela vacina. Se fosse bem sucedido, um grande teste com mais de 20 mil voluntários teria início ainda antes do final de 2021.
A notícia da suspensão é um balde de água fria para as aspirações da vacina espanhola, depois de o Ministério da Ciência ter anunciado em janeiro que esta havia revelado "100% de eficiência" nos seus primeiros testes em animais.
A vacina experimental de Mariano Esteban e Juan García Arriaza é baseada numa versão atenuada do vírus Vaccinia, que foi usado na erradicação da varíola e agora foi modificado com informações genéticas para combater o coronavírus. Os resultados dos testes em ratos mostraram que seriam necessárias duas doses para surtir efeito.
A vacina está a ser desenvolvida com a Biofabri, empresa especializada em vacinas veterinárias com sede em O Porriño (Pontevedra). O Centro Nacional de Biotecnologia teve um orçamento de cerca de 700.000 euros e e uma equipa de 11 especialistas para desenvolver esta vacina.