A Gronelândia está a ser atingida por altas temperaturas, o que está a levar ao degelo dos glaciares. Esta quarta-feira foi registada uma temperatura máxima recorde, 19,8 graus Celsius, naquela que é uma das zonas mais frias do hemisfério norte.
Isso fez com que, em apenas um dia, tenham derretido 8,5 mil milhões de toneladas de gelo, sendo que esta quinta-feira derreteram outras 8,4 mil milhões de toneladas.
Estes são os dados do website Polar Portal, que está a monitorizar a situação na ilha que pertence ao reino da Dinamarca.
Em concreto, o gelo derretido chegaria para inundar em cinco centímetros uma área de cerca de 170 mil quilómetros quadrados, quase o dobro de todo o território português, que tem pouco mais de 90 mil quilómetros quadrados.
É um grande nível que está a derreter e provavelmente vai mudar a superfície da Gronelândia, porque vai ser um grande catalisador para a aceleração de novos degelos, e, como tal, para a subida do nível médio do mar", referiu o especialista em glaciares Marco Tedesco, cientista adjunto da NASA, em declarações citadas pelo The Guardian.
A época do degelo na Gronelândia costuma durar entre junho e agosto, e os dados do governo dinarmaquês indicam que mais de 100 mil milhões de toneladas de gelo foram perdidas desde junho de 2021, ainda que a gravidade é maior que em 2019, ano em que um só dia viu derreterem mais de 11 mil milhões de toneladas.
É difícil dizer se vai ser um ano de recorde de degelo", afirmou o especialista da Universidade de Washington, Brad Lipovsky, que realça a relação entre o degelo e o aumento da temperatura e a presença de humidade, fatores que estão a evidenciar ainda mais o problema.
Por hipótese, se todo o gelo da Gronelândia derretesse, o nível médio do mar subiria em seis metros. Ainda que esta seja uma hipótese remota, os cientistas avisam que aquela que ainda é a maior ilha do mundo começa a chegar a um ponto de não retorno.