Donald Trump pode mesmo desvincular os EUA do Acordo de Paris - TVI

Donald Trump pode mesmo desvincular os EUA do Acordo de Paris

Donald Trump

Novo líder será o único a negar a importância da proteção ambiental, colocando em causa o acordo histórico contra o aquecimento global

O novo presidente dos Estados Unidos manifestou intenções de rejeitar o Acordo de Paris, um pacto em vigor, assinado por 195 países que vinculam um esforço para combater as alterações climáticas e reduzir a produção de gases com efeito de estufa a partir de 2020.

Ainda este sábado surgiram sinais de que o Presidente eleito dos Estados Unidos não tenciona esperar pelos quatro anos a que o país ficou obrigado a respeitar o Acordo de Paris e pode quebrá-lo mesmo antes. A sua equipa estará a procurar alternativas de transição que lhe permitam desvincular-se do acordo o mais depressa possível.

Foi uma imprudência a ideia de fazer entrar em vigor o Acordo de Paris antes das eleições americanas”, disse à Reuters uma fonte da equipa de transição de Donald Trump, que pediu anonimato.

A inédita decisão de Trump, que já tinha sido evidenciada na sua campanha, pode conduzir a consequências desastrosas, como o aumento do nível médio das águas do mar.

Os resultados desta medida podem, eventualmente, ser medidos em centímetros no aumento do nível dos mares”, diz cientista climático Hans Schellnhuber.

De acordo com alguns cientistas americanos e ativistas ambientais, não é possível sustentar uma decisão com tamanho impacto a nível global e, além disso, a meta definida pelo Acordo de Paris já previa dificuldades de cumprimento. 

Sair formalmente do Acordo de Paris leva mais tempo do que o mandato presidencial, mas, ainda assim, os Estados Unidos podem recusar reduzir as suas emissões, o que representa a saída do plano climático internacional”, refere Schellnhuber.

Em matéria ambiental, as decisões que possam vir a ser tomadas pela administração Trump terão resultados a nível global e, caso o novo Presidente dos Estados Unidos prossiga com a ideia de romper com o Acordo de Paris, será o único líder a tomar essa decisão.  

O Acordo de Paris entrou em vigor a 4 de Novembro, a cinco dias das eleições norte-americanas. Nessa data, já tinha sido ratificado pelos dois maiores emissores de gases com efeito de estufa, a China e os Estados Unidos.

 

 

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