Trump sem apoio retira proposta mas promete "explodir" Obamacare - TVI

Trump sem apoio retira proposta mas promete "explodir" Obamacare

  • VC - Atualizada às 21:23
  • 24 mar 2017, 20:36

Presidente dos EUA solicitou a suspensão do debate, sem levar a votação o texto. Sofreu uma pesada derrota política, já que em causa está um projeto de lei emblemático de reforma do sistema de acesso aos cuidados de saúde

Sem apoio político, Donald Trump telefonou ao presidente da Câmara dos Representantes a solicitar a suspensão do debate sobre o Trumpcare, para substituir o plano de saúde do seu antecessor Barack Obama. Está a querer ganhar tempo, prometendo na mesma "explodir" com o Obamacare.

Na sequência disso, os líderes republicanos acabaram por retirar, de forma abrupta a proposta de lei que visava acabar com o Obamacare, por falta de votos.

O Presidente norte-americano garantiu que a aprovação da substituição da lei do acesso aos cuidados de saúde esteve “muito perto”.

Em declarações feitas na Casa Branca, prometeu que vai “explodir” com o Obamacare, mas que agora vai avançar em outra área, “provavelmente” a fiscal.

Certo é que sofreu uma pesada derrota política, já que em causa está um projeto de lei emblemático de reforma do sistema de acesso aos cuidados de saúde, que não tem, pelo mens para já, seguimento por falta de maioria.

Braço de ferro entre os próprios republicanos

Os 430 membros da Câmara dos Representantes (193 democratas e 237 republicanos) deviam fazer a votação cerca das 19:30 de Lisboa. Mas o número de republicanos que tinham anunciado a sua oposição ultrapassava os 30, o que garantia a derrota na votação, uma vez que a minoria democrata estava totalmente contra.

Porém, Trump atribuiu a derrota da sua proposta aos democratas, a quem acusou de não a apoiarem.

Antes, o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, reconheceu que o Obamacare vai continuar em vigor. Houve um "revés” devido à falta de consenso na sua bancada, mas garantiu que isto “não é o final da história”.

A retirada da que foi uma das principais promessas eleitorais de Trump representa um enorme fracasso pessoal para este, que tem projetado a imagem de alguém com talento de negociador.

Trump colocou todo o seu peso na balança, deslocou-se pessoalmente ao Congresso e fez numerosas chamadas telefónicas para procurar convencer os republicanos dissidentes, para quem a proposta ou vai demasiado longe no desmantelamento da legislação do ex-Presidente Barack Obama, ou fica muito aquém deste desmantelamento, como entendem um conjunto de congressistas ultraconservadores.

Obamacare beneficia 20 milhões de pessoas

O anterior presidente Barack Obama fez do seu plano de Saúde uma prioridade dos seus dois mandatos.

Cerca de 20 milhões de norte-americanos terão conseguido cobertura por seguros de saúde por via legal com o Obamacare, que obrigava empregadores e trabalhadores a subscreverem-nos, dando apoios estatais para que o número de beneficiários aumentasse.

O fim do Obamacare foi um dos cavalos de batalha de Donald Trump durante a campanha eleitoral. Chegado à Casa Branca, é mais uma das medidas que o presidente pretende agora pôr em marcha.

No seu decreto, Trump acaba com impostos criados para subsidiar o Obamacare, termina com as penalizações aplicáveis a quem não subscreva um seguro de saúde, modifica os subsídios fiscais de ajuda e corta o financiamento estatal do programa MedicAid, destinado a milhões de pobres e deficientes. Medidas que serão escassas para alguns renitentes deputados republicanos.

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