UE avisa que qualquer atraso no Brexit terá um "custo" - TVI

UE avisa que qualquer atraso no Brexit terá um "custo"

Michel Barnier

"Como podemos garantir que, no final de uma possível extensão, não voltamos à situação pela qual estamos a passar agora?". Negociador-chefe da União Europeia, Michel Barnier, diz que adiamento do prazo que vai ser pedido por Theresa May só faria sentido se aumentarem as probabilidades de o acordo ser ratificado pelo Reino Unido

Uma série de perguntas com um aviso: qualquer atraso no Brexit terá um "custo". Foi assim mesmo, com este termo, que Michel Barnier, negociador-chefe da União Europeia para o Brexit, acenou respondeu esta terça-feira ao Reino Unido, sendo aqui citado pela AFP. Isto numa altura em que a primeira-ministra está a ultimar uma carta a pedir o adiamento da saída do Reino Unido da UE.

Ora, Barnier defendeu, em conferência de imprensa, que estender o Brexit para além do prazo de 29 de março - daqui a precisamente dez dias - só faria sentido se aumentarem as probabilidades de o acordo já acordado ser ratificado pelo Reino Unido.

Será que uma extensão aumenta as probabilidades de ratificação de Acordo de Retirada? Qual seria o propósito e o resultado? Como podemos garantir que, no final de uma possível extensão, não estamos de volta à mesma situação por que passamos hoje?".

Depois de de dois anos de negociações com o Reino Unido, o negociador-chefe da UE vinca que este é o momento chave para Londres se decidir e acabar com as incertezas sobre o caminho a seguir.

Mais outro aviso: se a primeira-ministra britânica, Theresa May, pedir um adiamento do Brexit antes do Conselho Europeu de quinta-feira, os 27 vão avaliar a "razão e utilidade" de tal pedido. "Os Estados-membros da UE precisarão de um plano concreto do Reino Unido, a fim de serem capazes de tomar uma decisão informada", cita a Reuters.

Ou seja, a prorrogação do Brexit não vai ser automaticamente aceite. 

[A extensão] deve estar ligada a algo novo, um novo evento ou um novo processo político. A verdadeira questão é qual é o propósito disso. (...) Para sair desta incerteza, precisamos de escolhas e decisões do Reino Unido.”

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Os deputados britânicos apoiaram, na segunda-feira, uma moção governamental nos termos da qual o Governo solicitará uma extensão do prazo previsto no Artigo 50 do Tratado de Lisboa até 30 de junho, se o parlamento aprovar um acordo de ‘Brexit’ até amanhã – véspera do Conselho Europeu em que os líderes da UE se pronunciarão sobre a matéria, que exige unanimidade -, ou por um período mais longo, caso não haja acordo.

O líder da Câmara dos Comuns, John Bercow, determinou na segunda-feira que o Governo britânico terá de apresentar alguma novidade no texto para aceitar uma terceira votação pelo parlamento do Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Já o subsecretário de Estado para o ‘Brexit’, Kwasi Kwarteng, adiantou na segunda-feira que a primeira-ministra britânica vai escrever ao presidente do Conselho Europeu nas próximas 48 horas para pedir um adiamento da data de saída do Reino Unido da UE. May estará, a esta altura, a ultimar essa carta.

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