"É como reabrir velhas feridas". 20 anos depois, mais duas vítimas do 11 de setembro foram identificadas - TVI

"É como reabrir velhas feridas". 20 anos depois, mais duas vítimas do 11 de setembro foram identificadas

Dorothy Morgan é a 1646ª vítima a ser identificada através da nova tecnologia. A segunda pessoa - a 1.647ª vítima - é um homem, cujo o nome não está a ser divulgado a pedido da família

Vinte anos depois, mais duas vítimas dos ataques terroristas do 11 de setembro, no World Trade Center, nos EUA, foram identificadas graças à mais recente tecnologia de ADN.

Dorothy Morgan é a 1646.ª vítima a ser nomeada através da nova tecnologia. A segunda pessoa - a 1.647.ª vítima - é um homem, cujo nome não está a ser divulgado a pedido da família.

Na fatídica manhã, Dorothy Morgan estava a trabalhar na corretora de seguros Marsh & McLennan, que ficava no 94º andar das icónicas Torres Gémeas.

Na altura, sem provas de que a mulher tinha morrido, a filha Nykiah Morgan viajou para Manhattan para tentar encontrar a mãe. Mas, sem restos mortais, nunca foi capaz de realizar um enterro adequado.

No entanto, agora que a sua mãe foi identificada, Nykiah tem dúvidas se ainda quer recuperar os restos mortais.

De repente, é preciso decidir o que fazer com um ente querido que morreu há 20 anos. É como se estivéssemos a reabrir velhas feridas”, afirmou Nykiah ao jornal The New York Times.

O longo esforço para identificar as vítimas dos ataques do World Trade Center é considerado a maior e mais complexa investigação forense da história dos EUA, de acordo com o Gabinete do Investigador Médico Chefe da cidade de Nova Iorque.

Há vinte anos, prometemos às famílias das vítimas do World Trade Center que faríamos tudo o que fosse preciso para identificar os seus entes queridos, e com estas duas novas identificações, continuamos a cumprir essa obrigação", afirmou a Dra. Barbara A. Sampson, medica-chefe de medicina legal em Nova Iorque, ao The New York Times.

De acordo com o jornal, os cientistas forenses estão a tentar identificar mais de 22 mil partes do corpo, que foram recuperadas dos destroços.

Não importa quanto tempo passe desde o 11 de setembro de 2001, nunca esqueceremos, e iremos utilizar todas as ferramentas à nossa disposição para garantir que todos os desaparecidos possam reunir-se com as suas famílias”, expressou Dra. Barbara A. Sampson.

Apesar de muitas famílias reconhecerem que a recuperação dos restos mortais dos seus familiares lhes trouxe paz,  Mark Desire, diretor assistente de biologia forense, salienta que identificar todas as vítimas é impossível. Algumas podem nunca vir a ser identificadas, já que foram totalmente incineradas.

A 11 de setembro de 2001, dois aviões colidiram com as torres gémeas do World Trade Center, que ruíram após algumas dezenas de minutos.

Os atentados de 2001 mataram 2.977 pessoas em três locais distintos: nas Torres Gémeas do World Trade Center de Nova Iorque, no Pentágono, sede do Departamento de Defesa em Arlington (Virgínia), e em Shanksville (Pensilvânia).

Também morreram os 19 terroristas que sequestraram e pilotaram os quatro aviões usados na operação: cinco em cada um dos três aparelhos que atingiram as Torres Gémeas e o Pentágono, e quatro no que se despenhou a 20 minutos de voo de Washington.

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