Bombardeamento da NATO provoca a morte de 90 pessoas - TVI

Bombardeamento da NATO provoca a morte de 90 pessoas

Afeganistão: ataque mata pelo menos 23 pessoas

Perda de civis põe em causa Aliança.

Relacionados
Um ataque aéreo das forças da NATO no Afeganistão contra rebeldes talibã, que tinham roubado dois tanques de combustível, resultou em graves danos colaterais, com a perda da vida de pelo menos 90 pessoas que estariam nas imediações do local tomado por alvo, na província de Kunduz, no norte do país.

Confirmado já pelas forças da Aliança, o ataque ocorreu às primeiras horas da manhã desta sexta-feira depois de as autoridades afegãs terem reportado, ainda na noite de quinta-feira, às forças internacionais o roubo dos dois tanques e a sua posição junto à margem de um rio. «Observámos que apenas rebeldes se encontravam na área e foi dada a ordem de proceder ao ataque aéreo, que destruiu os dois tanques assim como um elevado número de rebeldes», descreveu a porta-voz do gabinete de informação da Força Internacional de Segurança e Assistência no Afeganistão (Isaf), Christine Sidenstricker, citada pelas agências noticiosas.

Um oficial da polícia estima que 90 pessoas foram mortas, e que 40 eram civis. Este falou sob condição de anonimato por causa da sensibilidade sobre a questão das mortes de civis no conflito.

O porta-voz dos talibã narrou que um dos tanques roubados ficara preso na lamacenta margem do rio, muito perto de uma aldeia, e que os seus habitantes rodearam o veículo para tentar tirar o combustível quando se deu o bombardeamento.

Ordens para evitar morte de civis

Este acontecimento poderá facilmente reactivar o sentimento negativo das populações contra as tropas estrangeiras no território, dois meses apenas depois de o novo comandante das forças norte-americanas no país ter anunciado uma série de novas medidas para evitar a perda de vidas civis no combate à rebelião taliban. Stanley McChrystal ordenou expressamente que não podem ser feitos ataques aéreos sobre nenhuma posição a não ser que tenha sido confirmado com segurança que não são postos em perigo nem civis nem forças coligadas.

«O meu irmão foi queimado no bombardeamento. Não sei se está vivo ou morto», relatou um dos aldeões, Ghulam Yahya. No hospital foram recebidas pelo menos 13 pessoas com ferimentos sofridos no ataque aéreo aos tanques de combustível, algumas delas em estado muito grave. «É muito difícil recolher os cadáveres no local porque estão muito queimados», esclareceu um dos médicos do hospital de Kunduz.
Continue a ler esta notícia

Relacionados

EM DESTAQUE