Exclusivo: quatro militares portugueses escaparam por pouco ao atentado em Cabul - TVI

Exclusivo: quatro militares portugueses escaparam por pouco ao atentado em Cabul

TVI tem imagens exclusivas da missão que trouxe para Portugal 13 famílias afegãs

Os quatro militares portugueses que estiveram na última semana no aeroporto de Cabul correram risco de vida e escaparam por pouco ao atentado terrorista que matou 13 americanos e mais de 150 afegãos.

“Os americanos determinaram o fecho do portão [Abbey Gate] às 14:00 (hora local). Nós estivemos lá mais cerca de 45 minutos, à espera de um civil afegão, que deixou lá o passaporte e foi buscar a família, esperámos mais 45 minutos, com alguma flexibilidade dos norte-americanos, mas já bastante forçada”, contou à TVI o Chefe do Estado-Maior do Comando Conjunto para as Operações Militares, Marco Serronha.

Foi uma missão de grande risco, que durou apenas 48 horas e permitiu retirar 13 famílias. Pessoas que colaboraram com os portugueses no Afeganistão nos últimos 20 anos e que agora podem viver como refugiados em Portugal.

Às 14:30, foi emitido o alerta severo pelos americanos de risco iminente de ataque e soubemos que eles tinham saído. A dimensão do ataque não sabíamos, até que ponto tinha afetado dentro do aeroporto... Sabíamos que eles já não estavam na Abbey Gate, já estavam a processar os afegãos na placa, mas não conseguíamos falar com eles”, acrescentou.

No maior momento de tensão, logo após o atentado da última quinta-feira, o comando instalado em Oeiras esteve um longo período sem saber se os militares tinham escapado.

Foi nesse portão, em que os militares portugueses se demoraram à espera de uma família afegã, que acabou por morrer a maioria dos 13 militares norte-americanos vítimas do ataque depois reivindicado pelo ISIS-K.

Marco Serronha explica que aquela zona era a que tinha maior concentração de civis afegão, pelo que seria um dos alvos principais para um atentado terrorista: "O risco de estar em contacto direto com os afegãos é sempre crítico", explicou.

Esta missão de risco confirmou-se, e foi por pouco que os quatro militares portugueses não foram abrangidos pelo raio do destruição provocado pelo ataque do Estado Islâmico.

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