Abyei - rica em petróleo e situada na área fronteiriça entre o Sul e o Norte - deveria realizar também um referendo local para decidir se em caso de cisão passará a pertencer a um Estado ou a outro. Mas as tensões levaram a que esta consulta fosse adiada indefinidamente.
De acordo com a BBC, os Misseryia, próximos do norte, defendem a realização de um referendo, o que é negado pelos Dinka Ngok, que alegam que esta consulta não estava prevista nos acordos de paz de 2005, que puseram fim a uma guerra civil de duas décadas.
Conflitos tribais entre estes povos na região já causaram mais de 30 mortos desde sexta-feira, com troca de acusações sobre quem é responsável pelos incidentes.
O principal ponto de discórdia é o dos direitos de gado, central para as estas comunidades, tanto do ponto de vista económico como das tradições.
O referendo no Sul do Sudão iniciou-se este domingo e vai prolongar-se durante uma semana. O presidente da região, Salva Kiir, apelou à calma e à «paciência» dos habitantes locais, cuja maioria defende a separação do resto do país, o maior de África.
O presidente sudanês, Omar al-Bashir, já garantiu que irá respeitar o resultado do escrutínio, mas tem dado nota de alguns problemas para a formação de um Estado independente.
«O Sul não tem capacidade para sustentar os seus cidadãos ou para criar um Estado ou uma autoridade», disse al-Bashir em declarações prestadas ao canal televisivo noticioso Al-Jazeera.