Venezuela: deputados opositores agredidos no parlamento - TVI

Venezuela: deputados opositores agredidos no parlamento

Quem não reconhecer Nicolás Maduro como presidente, não recebe salário nem tem direito à palavra

Vários deputados da oposição venezuelana denunciaram que pelo menos seis parlamentares da sua bancada foram agredidos, esta terça-feira,na Assembleia Nacional, por protestarem e exigirem o direito à palavra, negado pelo presidente do parlamento, Diosdado Cabello.

O incidente ocorreu durante uma sessão parlamentar, transmitida em direto pelo canal de televisão da Assembleia Nacional (ANTV), cujas câmaras foram direcionadas para o teto do hemiciclo, no momento da agressão, impedindo os telespetadores de ver o que estava a acontecer.

As televisões privadas venezuelanas divulgaram imagens do deputado Júlio Borges com a cara ensanguentada e hematomas, com os deputados Ismael Garcia, Maria Corina Machado, Nora Bracho, César Rincones e Abelardo Díaz a denunciarem ataques da parte de parlamentares afetos ao atual regime.

Vários deputados encontram-se hospitalizados, segundo a oposição que divulgou três vídeos das agressões que ocorreram depois de os elementos da oposição terem decidido protestar com «vuvuzelas« e apitos e exibindo um cartaz de grande dimensão com a expressão «golpe» ao parlamento.

Deputados do Partido Socialista Unido da Venezuela denunciaram, por seu lado, também terem sido agredidos.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reagiu ao acontecimento vincando que o incidente não se deve repetir. «Não estamos de acordo com a violência. Houve uma desordem pública e sabíamos que a oposição vinha provocar com violência», apontou.

Maduro frisou ainda que conversou com o presidente do parlamento, que «vai tomar as medidas de autoridade e disciplina para que não se repitam factos como este».

As agressões ocorrem uma semana depois de o deputado opositor venezuelano William Dávila ter sido golpeado na cabeça, dentro da Assembleia Nacional.

Na sequência das questões levantadas pela oposição relativamente aos resultados das eleições presidenciais de 14 de abril, em que Nicolás Maduro foi eleito presidente, o líder do parlamento ordenou a suspensão do pagamento dos salários a deputados opositores, negando-lhes o direito à palavra enquanto não reconhecerem o chefe de Estado.
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